A crise provocada pelo escândalo das fraudes no INSS repercutiu mais em aplicativos de mensagens, como WhatsApp e Telegram, do que o caso envolvendo mudanças no Pix, que gerou amplo debate entre o fim do ano passado e o início de 2025.

De acordo com um levantamento feito pela Quaest, entre os dias 21 de abril e 7 de maio, o esquema de desvios em mensalidades do INSS foi mencionado em cerca de 3,6 milhões de vezes em grupos públicos de mensagens instantâneas. O volume foi 2,6 vezes maior que o da crise do Pix.

A pesquisa revela que apenas 3% das mensagens enviadas sobre o caso do INSS eram em defesa do governo Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto 50% das postagens apresentavam teor crítico à gestão do petista. Outros 47% correspondiam a notícias relacionadas ao escândalo.

Uma pesquisa publicada no início de abril pela Quaest aponta uma crescente na desaprovação do governo Lula. Segundo o levantamento, 56% dos brasileiros desaprovam o atual governo, enquanto 41% aprovam. Outros 3% não souberam ou não responO caso do INSS preocupa o governo Lula. Os governistas apostavam que os próximos meses trariam um respiro na popularidade do presidente com o avanço de pautas como o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda e o novo programa de crédito consignado. Outro trunfo seria a reforma do setor elétrico, a ser assinada na próxima quinta-feira (15), que deve isentar cerca de 60 milhões de pessoas da conta de luz.

No entanto, a repercussão da crise envolvendo os pagamentos a aposentados e pensionistas pode estancar uma eventual recuperação da imagem do petista. Por isso, o governo escalou aliados para rebater a ofensiva da oposição sobre o assunto. Além disso, tentam destacar o fato de o esquema no INSS ter começado no governo Jair Bolsonaro, apesar de o volume de desvios ter sido maior a partir de 2023, sob Lula.

 

Fonte: Levy Guimarães/ O Tempo

 

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