Quem trabalha em construtoras que estão fazendo obras do Minha Casa, Minha Vida corre o risco de não receber a segunda parcela do 13º salário em dia. O setor reclama que, devido a consecutivos atrasos no repasse das verbas federais, as empresas estão sem dinheiro em caixa para honrar compromissos tanto com os funcionários, como com os fornecedores. ?Algumas construtoras estão sem receber há 90 dias. Isso é muito sério, pois a maioria é de pequenas empresas que, sem dinheiro, podem até quebrar?, afirma o vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-MG), André Campos.

Segundo estimativas do presidente da Comissão de Pequenas Empresas do Sinduscon, Geraldo Júnior, das cerca de 20 empresas representadas, pelo menos 12 estão com problemas de atraso. ?A minha empresa, sozinha, está com R$ 1,3 milhão em aberto. Eu estimo que, as 12, devam somar algo entre R$ 12 milhões e R$ 15 milhões em atraso. Se elas não receberem, não terão como pagar a segunda parcela do 13º até o dia do vencimento, que será 19 de dezembro?, calcula.
Júnior é dono da construtora QDHZ . Lá, a solução aplicada foram as férias coletivas. ?Eu estou com parcelas atrasadas em duas obras, que têm cerca de 120 funcionários. Então dei férias até 5 de janeiro. Até o dia 5 de dezembro, consegui dinheiro, mas, se o governo federal não liberar esses atrasados, não sei como será?, explica.
De acordo com Júnior, a maioria das empresas afetadas tem contrato para moradias da faixa 1, para famílias com renda de até R$ 1.600.
Segundo o presidente do Sinduscon-MG, Luiz Fernando Pires, a promessa do Ministério das Cidades era efetuar os pagamentos assim que a flexibilização da meta de superávit fosse aprovada. ?Isso não é um problema só de Minas Gerais. Os atrasos estão afetando todo o Brasil. Se o governo não acertar, o impacto será grande?, afirma Pires.
O Ministério das Cidades, por meio da assessoria de imprensa, afirma que ?o cronograma de pagamentos do programa Minha Casa Minha Vida segue com o fluxo normal.?

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