De acordo com as mais recentes pesquisas eleitorais, acima de 30% dos eleitores ainda não têm o voto consolidado – ou seja, podem migrar de nome até a eleição. Tanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) amargam altos índices de rejeição. Mais da metade dos eleitores diz não votar de jeito nenhum em Bolsonaro, enquanto cerca de 40% descartam o petista. Fonte: Estadão.

Assim, a polarização Lula/Bolsonaro é ilusória em termos efetivos de manifestação voluntária dos 147,9 milhões de eleitores. O que deixa claro que apenas parcela reduzida de eleitores são consultados ou estão manifestando interesse por candidato A e B.

A divulgação da pesquisa eleitoral, que dá ênfase à polarização, traz embutida a noção falaciosa de que os eleitores estão divididos entre dois candidatos. O eleitor não tem de se influenciar por resultado de pesquisa, mas sim escolher o candidato de sua livre deliberação.

Ademais, somente eleitor sem noção de responsabilidade pode se valer de pesquisa eleitoral para escolher o seu candidato.

Por outro lado, o PSDB perdeu a chance de ter um candidato forte à polarização Lula/Bolsonaro, ao descartar o ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, uma liderança jovem, inteligente, de conduta ilibada, com ideias progressistas, cuja única crítica infundada que paira é ser declaradamente gay.

João Dória tem grande rejeição no país e não transmite confiança no plano da lealdade política. Presunçoso, considera-se demasiadamente virtuoso. Desnecessariamente, comprou briga com Bolsonaro na ebulição crítica do coronavírus.

Como afirmou o ex-ministro Pimenta Veiga, “Essa eleição está acima de aspirações pessoais e de interesses partidários”. Se se quiser derrotar a polarização, tem-se que ter desprendimento.

Dória não agrega. A agregação seria a candidatura de Eduardo Leite. Ou então, a união PSDB e MDB para apoiar Eduardo Leite/Simone Tebet e vice-versa, ou Simone Tebet/Tasso Jereisssati.

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