A maioria da população brasileira (75%) é favorável à política de cotas para mulheres na política e apoia a punição dos partidos políticos (86%) que não cumprem a atual legislação que prevê 30% de candidaturas femininas. Isso é o que revela a pesquisa Ibope/Instituto Patrícia Galvão/Cultura Data, com apoio da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, realizada entre os dias 13 e 17 de fevereiro, com 2.002 entrevistas em 142 municípios de todas as regiões do país.
O Brasil conta, hoje, com apenas 8,9% de mulheres no Congresso Nacional, 12% nas assembléias legislativas e 12% nas câmaras municipais. Segundo a União Interparlamentar (Uip), organização internacional com sede em Genebra, na Suíça, o Brasil ocupa a desconfortável 141ª colocação a respeito da presença de mulheres nos parlamentos nacionais, num ranking de 188 países. Entre os países da América Latina, o País só fica à frente da Colômbia.
Dentre os países da América Latina que adotaram políticas de cotas para mulheres o Brasil apresentou o pior resultado: 8,9%. Na década de 90, as mulheres representavam 10,8% dos parlamentos na América Latina. Uma década depois, após a adoção de políticas de cotas em vários países, o índice saltou para 18,5%. Argentina e Costa Rica apresentaram os melhores resultados: passaram de 6% e 14% para 38,3% e 36,8% respectivamente.
Diferentemente daqueles países, a lei de cotas brasileira, em vigor, não estabelece sanção para os partidos políticos que não cumpram a legislação. Os resultados da pesquisa revelaram que 83% dos brasileiros concordam que a presença de mulheres no poder melhora a política nesses espaços; 75% admitem que só há democracia se elas estiverem nos espaços de poder e 73% confirmam que a população brasileira ganha com a eleição de um maior número de mulheres.
Segundo os entrevistados, elas trariam mais honestidade na política (74%), mais compromisso com eleitores (74%), mais capacidade administrativa (74%), mais competência na política (75%) e maior autoridade no desempenho público (69%).
Confirmando a tendência de opinião em favor da igualdade política de gênero, 8 em cada 10 brasileiros concordam com listas de candidaturas e com representação proporcional entre homens e mulheres em todos os níveis do Legislativo. Apesar da demanda por maior participação das mulheres na esfera política, a legislação de cotas, que garante uma participação de 30% nas listas de candidatos dos partidos, é conhecida por apenas 24% dos brasileiros.
De forma mais seletiva ou não, 9 em cada 10 brasileiros afirmam que votariam em candidatas mulheres. Para 59% dos entrevistados, a possibilidade de voto em mulheres não tem restrições, votariam para qualquer cargo.

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