Hassan Rohani, o presidente do Irã, afirmou que responderá a qualquer agressão ao seu país em seu discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quarta-feira (25).

“Nossa região está à beira do colapso. Qualquer erro pode acender um grande fogo. Devemos responder com força qualquer transgressão à integralidade territorial”, disse Rohani, em uma fala marcada por críticas à ação dos Estados Unidos no Oriente Médio e em relação ao acordo nuclear.

 “O Oriente Médio está queimando nas flamas da guerra”, disse ele.

Rohani se colocou contra a interferência dos Estados Unidos ou de qualquer outro país que não seja da região.

A segurança dos países do Golfo será garantida quando não houver tropas nem armas dos americanos lá, disse ele.

“Segurança não pode ser comprada ou fornecida por governos estrangeiros. A paz , a segurança e a independência dos nossos vizinhos depende de nós. Os EUA não são nossos vizinhos. Os EUA estão aqui, não no Oriente Médio. Os EUA não são representante de nenhuma nação e nem guardiões de nenhum Estado. Estados não dão custódia a outros”, afirmou o presidente iraniano.

O tema da presença de forças de países ocidentais em países árabes foi abordado mais de uma vez. “A solução para paz na Península Árabe e a segurança no Golfo Persa e estabilidade no Oriente Médio deve ser encontrada dentro, e não fora”, ele disse.

O presidente do Irã propôs ainda uma coalizão para garantir a navegação e o livre fluxo de óleo no Golfo Persa e pelo Estreito de Ormuz.

Localização Estreito de Ormuz — Foto: Diana Yukari/Guilherme Pinheiro/G1

Isso seria feito sob a supervisão da ONU, e a coalizão deveria se comprometer a não interferir em assuntos domésticos de cada um dos países que a comporiam.

Negociações com os EUA

Rohani também falou do acordo nuclear com os EUA. Em 2015, negociações entre a nação islâmica e um grupo de potências internacionais chegaram a um entendimento pelo qual o Irã garantia que não desenvolveria armas nucleares.

O presidente Donald Trump, no entanto, saiu do acordo, e aplicou sanções econômicas aos iranianos.

Na ONU, Rohani classificou essas medidas como terrorismo econômico.

Ele afirmou que saiu do acordo porque os europeus que ainda estavam formalmente no tratado diziam “palavras bonitas, mas nenhuma medida efetiva”.

“Nós nunca negociaremos com um inimigo que quer que o Irã se entregue”, disse Rohani, em uma referência aos EUA –ele afirmou que para que se iniciem as conversas é preciso haver comprometimento e responsabilização.

“Podemos voltar à estrutura do acordo nuclear. Pare as sanções. Abra o caminho para as negociações”, ele disse, aparentemente se dirigindo ao presidente dos EUA.

 

Fonte: G1 ||
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