O Conjunto Habitacional Tamareiras, em Uberaba, é praticamente um “condomínio dos dinossauros”. Mas esse apelido não está relacionado a ninguém que mora lá – pelo menos atualmente – e sim pelos quase 300 fósseis encontrados durante obras de construção na região do Bairro Ilha de Marajó.

A construção do conjunto habitacional parecia não ter nada de mais. Mas quando começaram a cavar na região, eram fósseis que não acabavam mais.

O volume de rocha aqui é enorme. Então, na medida que ele vai rompendo as rochas, vamos analisando. Posteriormente, a gente vai para os rejeitos, essa montanha de rocha, um caso inédito na nossa região”, detalhou o paleontólogo Paulo Macedo.

  • Até então, haviam sido encontrados 283 fósseis entre as pedras;
  • Parte desse material estava a pouco mais de 2 metros abaixo do solo;
  • Uberaba é um sítio paleontológico, de acordo com Macedo.

Qualquer escavação que a gente faz aqui tem a possibilidade de encontrar fósseis. Então é relevante que tenha sempre o acompanhamento de um paleontólogo para ir monitorando essas escavações”, completou o paleontólogo.

 

Obra precisou ser paralisada

Durante cinco meses, as construções das 467 casas do conjunto habitacional precisaram ser interrompidas, em 2022, após a descoberta dos fósseis. Para continuarem com a obra, foi preciso contratar um arqueólogo.

Durante a gravação de uma reportagem para a TV Integração, inclusive, um fragmento de fóssil foi encontrado, comprovando como a obra, em andamento, está repleta de fósseis.

É comum encontrar. Qualquer trabalho que a gente inicia logo em seguida já depara com fragmento de fóssil”, afirmou Macedo.

Fóssil foi localizado enquanto era gravada reportagem em Uberaba — Foto: Reprodução/TV Integração

Foto: Reprodução/TV Integração

 

Bairro dos dinossauros

Os objetos de aproximadamente 80 milhões de anos encontrados na obra são levados para o bairro turístico de Peirópolis. A segunda etapa do processo é feita no complexo científico cultural da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM).

Tem que retirar a rocha do fóssil para a gente poder ter uma noção do formato, para chegar depois em que animal ou planta foi revelada, para que depois a pesquisa comece a ser realizada de fato”, explicou o paleontólogo Thiago Marinho.

Com a quantidade de fósseis, o trabalho de pesquisa deve durar anos. O que se sabe é que os objetos mostram a diversidade de animais que viviam na região.

As escavações e estudos Uberaba são realizados desde a década de 40. De lá para cá, a região se tornou conhecida nacionalmente. A riqueza nos acervos se destacam, pois é possível encontrar fragmentos de crocodilos e até dentes de dinossauros.

 

Fonte: G1

 

 

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