O governo do Reino Unido está analisando cuidadosamente e com grande interesse a possibilidade de se juntar ao Fundo Amazônia.

Criado no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2008, o fundo capta doações internacionais para investimentos em ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento na Amazônia Legal.

No momento, os dois países que contribuem para o fundo são a Alemanha e a Noruega, que já destinaram mais de R$ 6 bilhões para o projeto.

A ministra do Meio Ambiente do Reino Unido, Therese Coffey, confirmou que o país já está em negociações com seus parceiros europeus para ajudar a financiar os projetos de sustentabilidade do fundo.

Representantes do governo britânico e a embaixada do país no Brasil confirmaram o interesse no projeto.

Segundo essas fontes, o pedido para a participação do Reino Unido no Fundo Amazônia partiu do Brasil, ainda durante a fase de transição entre os governos Bolsonaro e Lula.

As primeiras conversas sobre isso aconteceram em novembro, em Sharm el-Sheik, no Egito, durante a realização da COP-27, a Cúpula Mundial do Clima, quando a ministra britânica se encontrou com a atual ministra brasileira da área, Marina Silva.

O Fundo Amazônia foi congelado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, que não colocou o meio ambiente no centro de sua política externa. Isso criou preocupação não só entre os governos da Alemanha e da Noruega, mas também em relação a outros países europeus, interessados na preservação do meio ambiente.

Uma das primeiras medidas do novo governo de Lula foi justamente assinar um decreto restabelecendo o fundo, demonstrando que as mudanças climáticas e o meio ambiente terão papel fundamental na política internacional do país.

A ministra Coffey disse que o Reino Unido tem muito a oferecer ao Brasil, incluindo programas de sustentabilidade rural e arquitetura de baixo carbono.

O Reino Unido é o terceiro maior colaborador do Brasil no meio ambiente, já tendo oferecido R$ 1,6 bilhão para a área, disse a ministra.

Coffey viajou ao Brasil para a posse de Lula e já se encontrou com Marina Silva, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), e a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara (PSOL).

As mudanças climáticas são centrais na política britânica há anos. E o tema foi muito destacado nas mensagens de parabéns enviadas a Lula tanto pelo Rei Charles III como pelo primeiro-ministro Rishi Sunak.

Os dois disseram-se otimistas com a possibilidade de aumentar as parceiras no campo de meio ambiente com o Brasil.

Fonte: CNN Brasil

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