A atual administração municipal de Formiga deixou claro, nessa semana, que transferirá para o próximo governo a responsabilidade de concluir e inaugurar as obras da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), que já deveriam estar prontas desde março do ano passado.

O novo prazo de conclusão estava previsto para este mês de setembro, mas apenas 47% da obra foi concluída até o momento e segundo as informações divulgadas recentemente, o prazo foi estendido até abril de 2017.

De acordo com a administração municipal, o prefeito Moacir Ribeiro e o deputado federal Domingos Sávio conseguiram assegurar a extensão de prazo após solicitações feitas à Caixa Econômica Federal, ao Ministério das Cidades e ao Tribunal de Contas da União (TCU).

Diante da divulgação da nova data, fica difícil não questionar como se concluirá em sete meses os 53% da obra se para atingirem a porcentagem atual foram necessários três anos?

A ETE

O projeto global da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) prevê a construção de 14 tanques, quatro decantadores secundários e oito leitos de secagem, totalizando 43.500 m² de construção. Orçada inicialmente em R$ 10.261.606,86, a obra teve início em 2 de setembro de 2013.

Ainda que a Lamar Engenharia, empresa responsável pela obra, consiga a proeza de cumprir o novo prazo, vale sempre a pena relembrar que todo o esforço dispendido será em vão, pois, a ETE não poderá entrar em funcionamento sem que antes estejam concluídos os serviços de captação dos esgotos (interceptores) nas margens dos rios Formiga, Mata Cavalo e tributários.

A obra de implantação da rede de captação dos esgotos esteve a cargo das empresas Pantheon Engenharia e Soenge Construtora Ltda e, sabidamente, não foi concluído. Tal obra está paralisada há mais de três anos, quando foi abandonada pela Soenge. Exemplificando: ainda faltam as elevatórias; um extenso muro de arrimo que precisa ser erguido nas imediações da ponte de ferro; captação e construção de redes junto a tributários; além dos reparos que deverão ser feitos e de alto custo, pelas péssimas condições que visivelmente se constatam nos PVs e sobre a rede enterrada (que volta e meia causa problemas na pavimentação), anunciando que o serviço feito e já pago, talvez por falta de uma eficaz fiscalização, certamente exigirá reparos demorados e onerosos antes de sua entrada em funcionamento.

 

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