Os salários no Brasil deverão ter um aumento real menor em 2008 em comparação com os dois anos anteriores, afirma uma pesquisa divulgada por uma empresa de consultoria internacional.
O estudo Worldwide Pay Survey 2008, da consultoria Mercer, afirma que em 2008 os salários brasileiros deverão subir em média 5%, o mesmo percentual que a empresa havia previsto para 2007.
No entanto, segundo as previsões da Mercer, a inflação no mesmo período deve ser de 4%, 0,6 ponto percentual a mais do que em 2007. Assim, o aumento real do poder de compra do salário deve ser de 1 ponto percentual acima da inflação em 2008, contra 1,6 ponto percentual em 2007.
O aumento brasileiro, sempre segundo os cálculos da empresa, é quase metade do registrado no âmbito mundial. Segundo a pesquisa, que foi feita em 62 países, os salários devem ter aumento real médio de 1,9% em todo o mundo – ou 6%, sem se considerar a inflação.

Alocação de mão-de-obra

Em comparação com a América Latina, os salários brasileiros só tiveram um desempenho melhor que o dos venezuelanos, que não devem ter nenhum aumento em 2008.
A Argentina, com ganhos reais de 4,6%, e o Chile, com ganhos reais de 3,2%, devem registrar os maiores aumentos de salário na região. A Colômbia vem em terceiro, com 2,1%.
O país que deve registrar o maior aumento real de salários no mundo é a Índia, com ganhos de quase 10 pontos percentuais acima da inflação. Em seguida vem o Vietnã, com 5,6%.
Os Estados Unidos devem registrar aumento real de 1,9% e a China, de 4,3%.
Estamos começando a ver que a economia de custo de curto prazo, que se tem quando se transfere mão-de-obra para mercados emergentes, pode evaporar com o tempo, afirma Steve Gross, um dos diretores da Mercer.
É importante que as empresas considerem tanto os níveis atuais de salário como os aumentos salariais futuros quando decidiram sobre alocação da mão-de-obra.
Para projetar os aumentos de salário, a Mercer se baseia em dados de outra pesquisa também feita pela empresa com o setor empresarial dos diversos países investigados. A projeção de inflação é baseada em dados coletados ou calculados por órgãos internacionais como o FMI (Fundo Monetário Internacional) e a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

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