Acaba de sair do forno estudo da Universidade Vanderbilt, nos EUA, mostrando que o risco de aterosclerose aumenta quando não adotamos um padrão de descanso satisfatório.

A qualidade do sono é medida não somente pelo número de horas e quantidade de interrupções, como também leva em conta a variação do horário em que se vai para a cama: regularidade é a chave, ou seja, o ideal é dormir sempre no mesmo horário e não muito tarde. Uma boa meta seria “desligar” às onze da noite para se levantar às sete com disposição.

O estudo acompanhou 2.032 participantes norte-americanos, com idade média de 69 anos, de regiões e etnias diferentes. Entre 2010 e 2013, todos usaram um dispositivo no pulso que detectava se estavam acordados ou dormindo. Também faziam um diário do sono durante sete dias consecutivos e se submetiam a polissonografias, exame que mapeia distúrbios como a apneia noturna.

Os indivíduos com padrão de sono irregular eram os que apresentavam, com maior frequência, um quadro de depósito de cálcio nas artérias coronárias e de placas obstrutivas nas carótidas. Os cientistas constataram uma condição de aterosclerose sistêmica. Além de estreitarem as artérias, reduzindo o fluxo sanguíneo e o transporte de oxigênio e nutrientes para o organismo, as placas podem se romper e criar coágulos que vão bloquear os vasos, provocando um infarto ou acidente vascular.

Para a epidemiologista Kelsie Full, professora da faculdade de medicina da universidade e principal autora do trabalho, a qualidade do sono tem que ganhar prioridade em consultórios e ambulatórios. “Quase todas as funções cardiovasculares, incluindo batimentos cardíacos, pressão arterial, tônus vascular e as funções das células endoteliais (que permitem a conexão entre componentes da circulação e sistemas do organismo), são reguladas pelos genes do relógio biológico. Disrupções do ritmo circadiano podem resultar num quadro de inflamação crônica”, relatou a equipe, que contava ainda com pesquisadores de Harvard, Mount Sinai, Johns Hopkins e Universidade da Califórnia, campus San Diego.

Um sono fragmentado e de curta duração – o ideal seria entre sete e nove horas – está diretamente relacionado com o surgimento de doença cardiovascular, hipertensão, obesidade e diabetes tipo 2. A American Heart Association incluiu o sono entre as oito recomendações para garantir a saúde do coração. As outras sete são: alimentação saudável, atividade física, não fumar, controlar peso, colesterol, pressão arterial e nível de glicose.

 

Fonte: G1

 

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