Os consumidores devem se preparar para a forte alta no preço da energia elétrica a partir de 2009. O alerta foi feito nessa terça-feira pelo presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Luiz Carlos Guimarães. A associação reúne 51 das 64 distribuidoras no país.
Ele criticou o modelo de revisão tarifária em vigor, que conduz a reduções de tarifa, como em 2007 e neste ano, e períodos de forte alta, como a prevista para o ano que vem. ?Precisamos evoluir para um modelo que elimine essas oscilações?. A queda nas tarifas nos dois últimos anos ocorreu devido à revisão tarifária. Curiosamente, os anúncios de queda de preços ocorreram em momento de menor perspectiva de oferta.
A Abradee elenca três fatores que pressionarão o preço: alta na geração térmica com gás natural e óleo combustível, a aceleração do IGP-M (que corrige praticamente todos os contratos das concessionárias) e a necessidade de que algumas distribuidoras terão de comprar energia no mercado à vista por falta de cobertura da demanda.
Parte da oferta de energia comprada pelas distribuidoras não será entregue, principalmente a eletricidade que seria gerada pelas usinas do Proinfa (programa de incentivo ao uso de fonte alternativa de energia). Neste caso, as distribuidoras poderão adquirir energia no mercado à vista para cobrir a demanda. Quem fizer isso poderá repassar para a tarifa o custo adicional da energia contratada no mercado à vista.
A decisão do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) de manter as termelétricas ligadas com objetivo de economizar água nos reservatórios também significará um incremento importante no custo da energia elétrica, diz Guimarães. O governo já repassou parte desse custo para algumas distribuidoras, mas a maior parcela deve vir em 2009.

Satisfação
Pelo décimo ano consecutivo, a Abradee divulgou o resultado da pesquisa anual de satisfação dos consumidores feita pelo instituto Vox Populi. Segundo o levantamento, 77,4% dos consumidores consideram bom ou muito bom o serviço das distribuidoras de energia. É o quarto ano em que o índice de satisfação dos consumidores fica no mesmo patamar.

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