Muito calor mesmo no período chuvoso. O clima que marcou Belo Horizonte na quinta-feira (22), com recorde de temperatura seguido de pancadas de chuva, deve ser a tônica dos próximos cinco meses tanto na capital como no interior de Minas Gerais, segundo previsão do centro de meteorologia da Cemig.

No dia em que BH registrou pela segunda vez em uma semana a mais alta temperatura desde 1910 (37,7°C) e teve chuva rápida à tarde e constante à noite, com rajadas de vento de até 80km/hora, a companhia de energia elétrica anunciou que ondas de calor devem ser frequentes em todo o estado entre novembro e março de 2016.

A temperatura registrada nesta sexta, em Belo Horizonte, foi a maior entre capitais do Sudeste – os termômetros registraram 35,4°C em Vitória, 31,4°C no Rio de Janeiro e 21,9°C em São Paulo. E a previsão para o fim de semana é de calor acima dos 30°C na capital mineira, mesmo com perspectiva de chuvas moderadas. Para o período chuvoso, de novembro a março, a Cemig aponta para temperaturas altas em Minas, acima da média dos mais de 100 anos de medição no estado.

A ação do El Niño, segundo o meteorologista da empresa Arthur Chaves de Paiva Neto, vai dividir o estado em intensidade de calor e volume pluviométrico. No Oeste e Norte, as chuvas vão ficar abaixo da média. Já nas regiões Central, Sul e Leste, os índices pluviométricos devem ficar na média no período, principalmente em novembro e dezembro.

“Nós temos a expectativa de um início de novembro chuvoso. A partir da próxima semana, já deve haver bastante chuva. Mas isso não quer dizer necessariamente que todo o período vai ser assim”, explica Arthur Neto. “Há uma expectativa de que tenhamos valores altos no próximo mês e em alguns períodos de dezembro, mas valores baixos entre janeiro e fevereiro”, completa.

De acordo com o meteorologista, a previsão é de que a Região Metropolitana de BH tenha precipitações dentro da média, mas com a ressalva de que a chegada da chuva não significará o fim do calor.

“Minas está numa situação um pouco complicada porque fica exatamente na área de transição entre as duas regiões do país. Em alguns momentos, o clima no estado vai se comportar como o do Sul, com muitas chuvas, e em outras como o do Norte e Nordeste, com pouca chuva”, disse Neto. “Então, aquelas bacias que ficam mais ao sul tendem a receber mais água até historicamente. E as bacias que ficam mais ao norte, não. Em termos de geração de energia, aquelas usinas que vão receber mais água potencialmente poderão gerar mais”, destacou o meteorologista, ao falar sobre os impactos climáticos no fornecimento de energia.

Os ventos fortes provocaram queda de energia na Grande BH no fim da tarde e à noite, quando houve rajadas de até 80km/hora na Região Centro-Sul de BH, segundo a Defesa Civil municipal. A Cemig informou que entre as 21h e as 22h faltou luz nos bairros Gutierrez e Prado, Oeste da capital. A situação voltou ao normal depois que técnicos da empresa fizeram reparos na rede. De acordo com a companhia, com a chuva e o vento, objetos e galhos de árvores entram em contato com a fiação e causam o desligamento do sistema. O fornecimento de eletricidade também foi afetado em Ribeirão das Neves, Nova Lima e Caeté.

 

 

Estado de Minas

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