A cidade chinesa de Wuhan, berço da Covid-19, anunciou nesta terça-feira (3) testes em massa para toda sua população pelo avanço da variante Delta, altamente contagiosa, que está provocando confinamentos no mundo inteiro e fez as hospitalizações dispararem nos Estados Unidos.

O vírus está voltando com força, impulsionado por taxas de vacinação estagnadas e novas variantes, mesmo em países como a China, que acreditava ter superado o pior da pandemia.

O gigante asiático conseguiu reduzir os casos locais a praticamente zero, permitindo que a economia se recuperasse, e a vida voltasse ao normal.

Um novo surto da variante Delta se espalhou rapidamente, porém, e atingiu dezenas de cidades a partir de um foco de contágio entre os funcionários do aeroporto de Nanquim.

Em Wuhan – onde o vírus apareceu pela primeira vez em dezembro de 2019 e que passou por um severo confinamento nos primeiros meses da pandemia -, as autoridades anunciaram um programa de testes em massa para seus 11 milhões de habitantes.

E, em toda China, as autoridades confinaram cidades inteiras, cortaram linhas de transporte e estão fazendo milhões de testes para combater o maior surto de coronavírus em meses.

Na Austrália, milhões de pessoas também devem respeitar restrições de movimento. Na segunda-feira (2), os soldados saíram às ruas da maior cidade do país, Sydney, que entra em sua sexta semana de um confinamento previsto para durar até o final de agosto.

As autoridades da cidade estão lutando para impedir a disseminação da variante Delta na cidade, com mais de 3.600 casos registrados desde meados de junho, e tentando garantir que os moradores cumpram o confinamento.

Com cerca de 15% dos 25 milhões de australianos totalmente vacinados, as autoridades ainda apostam nos confinamentos para conter o vírus.

Hospitalizações nos EUA

O vírus se espalha até mesmo em lugares onde os programas de vacinação têm sido bem-sucedidos, como nos Estados Unidos. O país vive uma nova onda impulsionada pela variante Delta, que levou as hospitalizações a níveis nunca vistos desde o ano passado.

Na segunda-feira à noite (2), com um mês de atraso, foi atingida a meta do presidente Joe Biden de aplicar pelo menos uma dose em 70% dos adultos.

Combinado com a disseminação da variante Delta, muito mais contagiosa, esse atraso fez o número médio de casos diários disparar para mais de 70 mil.

“Esses casos estão concentrados em comunidades com as taxas de vacinação mais baixas”, afirmou o coordenador da Casa Branca para a pandemia, Jeff Zients.

“Um em cada três casos em todo país foi na Flórida e no Texas, na semana passada”, acrescentou.

A queda nas taxas de vacinação é observada nas regiões politicamente conservadoras do sul e do centro-oeste, assim como entre os mais jovens, pessoas de baixa renda e minorias raciais.

Ao mesmo tempo, os estados americanos que ficaram para trás em suas taxas de vacinação estão se atualizando tarde, de acordo com os dados mais recentes.

Diante da variante Delta, outros países começam a estudar a possibilidade de aplicar vacinas de reforço. Segundo alguns laboratórios, mais uma dose poderia melhorar a imunidade às cepas mais infecciosas do vírus.

A Alemanha informou ontem que começará a oferecer terceiras doses para idosos e grupos de risco, citando preocupações com “uma resposta imunológica reduzida, ou em rápido declínio”, em algumas pessoas.

Uma injeção de reforço também será oferecida àqueles que receberam as duas doses da AstraZeneca, ou a dose única da Johnson & Johnson, conforme documento publicado pelo Ministério da Saúde alemão, “no interesse dos cuidados preventivos de saúde”.

E, de acordo com contagem da AFP realizada nesta terça-feira, metade da população da União Europeia já foi completamente vacinada.

No total, isso representa 223,8 milhões de pessoas que receberam as duas doses, uma única dose após superar a doença, ou uma vacina de dose única.

Fonte: Estado de Minas

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