É isso mesmo. Esta histórica caminhada será em comemoração à possível perda dos investimentos turísticos que ocorreram nesta região, consumindo vultosos recursos quase todos da iniciativa privada. Foram inúmeros os que, como nós, mais uma vez acreditaram na balela de que o Ministério do Turismo, a Alago, Furnas Centrais Elétricas, o governo do Estado de Minas (sec. de Turismo). O Denit e outras arapucas oficiais falavam sério quando nos garantiram que esta represa manteria como seu nível mínimo a cota 763, permitindo assim a sua navegabilidade, ainda que precária. Esta era a condição, mesmo que mínima, para que a exploração turística do lago se desse. Afinal de contas, se esta não fosse a vocação desta região, não teria o Estado de Minas investido em 1995, milhões de dólares, ao reconhecer tal condição e firmar um protocolo de intenções posteriormente transformado em contrato firmado entre o Governo do Estado, a SECRETARIA DE ESTADO DE ESPORTES, LAZER e TURISMO a empresa GENERALITAT DE CATALUNYA ? DEPARTMENT DE COMNERÇ CONSUM I TURISM, com sede em Barcelona, visando a execução do Plano Diretor do Lago de Furnas, instrumento que à época foi tido como o balizador dos investimentos que para aqui seriam atraídos.
Com isto, mais uma vez, o Estado e os demais envolvidos davam mostras de que o respeito ao Uso Múltiplo dos Recursos Hídricos, já tutelados juridicamente desde o Código de Águas de 1934 e efetivamente consolidado com a lei 9.433, seria uma realidade. Até mesmo, propalava-se à época que era preciso no mínimo, que se garantisse o respeito à pluralidade de interesses que já era, como ainda é hoje, preceito fundamental no Estado Democrático de Direito.
É preciso que o hoje deputado estadual Pompílio Canavez, que em abril de 2010, ainda na condição de presidente do CBH Furnas, visitou este município se lançando como candidato e quando esteve acompanhado de ilustres figuras do mundo político estadual e federal, dentre estes, o prefeito de Guapé e presidente da Associação dos Municípios do Lago de Furnas (Alago), Nelson Alves Lara; o presidente da Comissão de Transportes, deputado federal Jaime Martins; o deputado estadual Antônio Carlos Arantes; o gerente de Desenvolvimento e Regulação de Navegação da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Adalberto Tokarski; o representante do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit), Fábio Duarte, e pela representante de Furnas Centrais Elétricas, Luiza Cristina Krau, que aqui vieram para nos contar sobre a grande novidade e as múltiplas vantagens da implantação de um sistema aquaviário interligando os municípios lindeiros do então Lago de Furnas. Hoje, face ao que esta foto nos mostra, todos eles, precisam nos explicar se as prometidas embarcações (apresentadas como fonte de renda, de riquezas, de empregos, de barateamento no transporte de nossa produção, etc), agora se locomoverão sobre trilhos ou sobre pistas pavimentadas. Em qualquer das opções, somos de opinião que hoje, com o lago quase seco, é esta a melhor hora para a implantação da infraestrutura necessária para o funcionamento daquele salvador projeto que, aliás, por sua importância, recebeu naquele evento, cerca de 300 mil reais, liberados pelo deputado Jaime Martins, para que se desse a largada para a sua mais rápida viabilização.
E agora ?Josés??
O que vemos é que também neste caso, tal e qual ocorreu com projetos, igualmente milagrosos ou salvadores, a exemplo do Programa do Álcool e de tantos outros mais recentemente lançados, mais uma vez sentimos que o nosso sábio governo ou até mesmo suas estatais, de novo puxaram a escada e nós, empresários crédulos, caindo aos poucos, nos vemos apenas com a ?brocha? na mão para nos sustentar antes de estatelarmos no chão.
Parafraseando Drumond, aqui nos lindeiros de Furnas, temos hoje, não apenas uma pedra no meio do caminho, mas sim, milhares delas a impedir nossa caminhada no caminho que, antes, era das águas.
O que dizer para os investidores que aos milhares acreditaram no Mar de Minas? E os investimentos públicos (bem poucos) e os privados (aos milhões), serão ressarcidos por quem? Seremos nós, também responsabilizados pelos apagões que mais parecem forjados, especialmente a partir da manifesta intenção da Sra. Presidenta de fazer com que as concessionárias de energia devolvam ao povo brasileiro, sob a forma de desconto, tudo o que nos surrupiaram nas últimas décadas?
Já passou da hora de tomarmos uma providência mais drástica. Quem não souber como, que procure saber o que o ex-presidente Itamar Franco, à época governador de Minas, fez em situação similar a esta!
E tem mais. Quem será responsabilizado pelo aumento mais que certo da dengue e de outras ?pragas? que hoje se desenvolvem a todo vapor nas milhares de poças d?água que se formaram no chão árido que um dia já foi o fundo do ex-lago de Furnas?
Aliás, é exatamente sobre ele que propomos que seja promovida esta singular Caminhada de Protesto, como forma de dizermos às nossas excelentíssimas autoridades: Socorroooooooooo!

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