O G5, grupo de oposição na Câmara Municipal, também divulgou uma nota à imprensa esclarecendo alguns pontos da polêmica sobre a aprovação da nova estrutura administrativa da Prefeitura.
No documento, os vereadores José Geraldo da Cunha (Cabo Cunha/PMN), Cid Corrêa/PR, Reginaldo Henrique dos Santos (Dr. Reginaldo/PCdoB), Eugênio Vilela/PV e José Gilmar Furtado (Mazinho/DEM) esclarecem que não votaram o projeto da reforma administrativa a pedido do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Formiga (Sintramfor), que solicitou primeiro a aprovação do Plano de Carreira dos servidores públicos.
O sindicato entende que, se a nova estrutura for aprovada, trará grandes prejuízos aos servidores concursados, que são a maioria na Prefeitura. Na nota, os vereadores ressaltam que a reforma administrativa concede aumento salarial que varia de 25% a 50% aos cargos de confiança, que ao todo somam 259 cargos, sendo 70 de recrutamento limitado (concursados) e 189 de recrutamento amplo (nomeados), como alega o Sintramfor.
Ainda segundo os vereadores da oposição, a nova estrutura da Prefeitura elevaria os salários dos cargos de confiança e aumentaria a folha de pagamento em quase R$48 mil mensais. O G5 diz ainda que o sindicato teme que o Plano de Carreira seja engavetado, se aprovada a nova estrutura.
Os vereadores lembram que o Plano de Carreira está em elaboração desde setembro de 2009, pelo Instituto de Gestão Organizacional e Tecnologia Aplicada (Igetec), e que deveria ter sido apresentado até o dia 18 de dezembro de 2009. Como o plano não foi enviado à Câmara, os vereadores não votaram a nova estrutura administrativa. Isso culminou no ápice da crise política de Formiga e resultou no fechamento da Prefeitura na sexta-feira (8).
Na nota divulgada, os vereadores deram a palavra de que o que for decidido pelos servidores na assembleia geral marcada para esta terça-feira (12), às 17, será votado por eles.
Secretário diz que a nota dos vereadores é mentirosa
Durante entrevista no Radiojornal nesta segunda-feira (11), o secretário de Comunicação, Túlio Fonseca, falou que a nota divulgada pelos vereadores é mentirosa e que está sendo dada como pura verdade. ?É mentira, balela?, afirmou.
O secretário disse que os vereadores oposicionistas querem que o prefeito Aluísio Veloso/PT libere o alvará para a construção da sede própria da Câmara, sendo que o caso está na Justiça, uma vez que o Legislativo impetrou mandado de segurança contra a Prefeitura. ?Eles [vereadores da oposição] não estão aguardando a decisão do Sintramfor? Nós estamos aguardando a decisão da Justiça. Mas no caso deles é por opção, no nosso é por dever? , enfatizou Túlio Fonseca, ressaltando que o prefeito só pode agir dentro da lei, não pode ser por vontade política.
Ao comentar sobre a polêmica que aconteceu na sexta-feira (8), quando o prefeito e um grupo de secretários foram para a Câmara durante uma entrevista coletiva convocada pelo Legislativo, o secretário de Comunicação disse que queriam aproveitar a ocasião que estariam reunidos todos os envolvidos no caso para já esclarecer tudo, mas que os vereadores fugiram. Túlio Fonseca contou que um vereador disse que ele chegou atrasado e que poderia ficar à vontade, que a casa era dele. ?Isso é coisa de moleque? , criticou o secretário.
Questionado se o prefeito teria traído os vereadores ao convocar uma coletiva na quinta-feira (7), o Túlio Fonseca explicou que fizeram isso porque a Prefeitura estava prestes a fechar as portas, como de fato fechou na sexta-feira, e que precisavam esclarecer sobre o fato.
O secretário enfatizou que a Prefeitura voltou a trabalhar, mesmo que de forma precária, mas que vão fazer o possível para não pararem de funcionar. Mesmo aprovado o projeto, o que espera que aconteça na quarta-feira (14), Túlio Fonseca diz que o Executivo gastará cerca de 15 dias para a situação se normalizar.