O Ministério da Saúde determinou o aumento das ações de vigilância e prevenção da febre de chikungunya, uma doença que, até agosto, nunca havia sido registrada no país. Desde então, três casos foram confirmados. Os pacientes contraíram a doença em viagens ao exterior. Dois são de São Paulo e um do Rio de Janeiro. Todos tiveram boa recuperação. Assim como a dengue, a febre de chikungunya é transmitida pelo Aedes aegypti contaminado por vírus. Também há casos provocados pela picada do Aedes albopictus.
Seria irresponsabilidade dizer que há risco zero de surto, afirmou o coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde, Giovanini Coelho. Mas não há necessidade de alarme nem preocupações. Tivemos três casos importados, os pacientes tiveram boa evolução e as medidas de prevenção e controle foram aplicadas de maneira oportuna.
A doença provoca febre alta, dores de cabeça, mal-estar e dores nas articulações. Parte das pessoas infectadas desenvolve a forma crônica da doença, caracterizada por forte dores nas articulações, que duram entre seis meses e um ano. Há casos de pacientes que não conseguem escrever, conta Giovanini. Menos de 1% dos pacientes morre.
O Instituto Evandro Chagas tem aproximadamente mil testes para o diagnóstico da febre chikungunya. Esse número é considerado insuficiente pelo governo.
Na terça-feira (7) , o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, enviou uma carta para Embaixada dos EUA pedindo ajuda para que o governo norte-americano torne mais rápido o envio de material biológico necessário para a produção de testes no Brasil. Em agosto, diante do primeiro caso registrado no país, o governo enviou uma solicitação à Organização Pan-Americana de Saúde para que o material fosse entregue. Naquela época, a previsão era que o material chegasse ao Brasil em março.
Doença é mais frequente em países da África e da Ásia
Atualmente, o vírus Chikungunya circula com mais intensidade em alguns países da África e da Ásia. De acordo com a OMS, em 2004, um surto na costa do Quênia propagou o vírus para Comores, Ilhas Reunião e outras ilhas do oceano Índico, chegando, em 2006, à Índia, Sri Lanka, Ilhas Maldivas, Cingapura, Malásia e Indonésia. Em 2007, o vírus foi identificado na Itália. Em 2010, há relato de casos na Índia, Indonésia, Mianmar, Tailândia, Ilhas Maldivas, Ilhas Reunião e Taiwan.
Nas Américas, desde 2006, houve casos nos EUA, na Guiana Francesa e nas ilhas Martinica e Guadalupe, territórios franceses localizados no Caribe. Todos os casos foram em pessoas que viajaram ao exterior.
Vírus importado coloca em alerta o governo brasileiro
Infecção é transmitida pelo Aedes aegypti e deve ser notificada.