A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) investiga a morte de dois candidatos que participaram do Teste de Aptidão Física (TAF), do concurso da Polícia Penal de Minas Gerais. Ambos morreram em dias diferentes, num intervalo de 48 horas, em condições semelhantes e um deles era de Governador Valadares, Vale do Rio Doce.

Samuel Douglas Pereira de Carvalho, de 25 anos, era instrutor de autoescola e morreu na quinta-feira (12). Já o advogado Paulo Roberto Freitas, de 30 anos, morava em Belo Horizonte e morreu na terça-feira (10).

Samuel Douglas Pereira de Carvalho – Foto: Arquivo pessoal/Redes sociais

Os testes foram aplicados para mais de 5 mil candidatos que foram convocados por ordem alfabética entre os dias 5 a 14 de janeiro de 2023.

Os dois passaram mal após participarem da corrida de resistência no Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR), que fica na cidade de Lagoa Santa, Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Eles foram levados com vida para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) mas não resistiram.

Samuel e Paulo Roberto já tinham sido aprovados antes de começarem a passar mal. A Secretaria informou que os candidatos tiveram um mal súbito. No entanto, os atestados de óbito não foram divulgados.

Segundo familiares, os jovens apresentaram atestado médico indicando que estavam aptos para fazer os testes.

Paulo Roberto tinha sido aprovado no primeiro teste aplicado em outubro de 2022 mas, por decisão judicial, teve que refazer a prova, assim como Samuel Douglas que também havia sido aprovado.

Os testes físicos para mais 5 mil candidatos foram remarcados para os dias 4 a 15 de janeiro de 2023.

A realização de um novo TAF para o concurso da Polícia Penal foi determinado pela juíza do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ MG), Janete Gomes Moreira, da 4ª Vara de Fazenda Pública e Autarquias da comarca de Belo Horizonte, no início de novembro de 2022.

A decisão foi baseada em uma ação civil pública proposta pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), depois de candidatos denunciarem supostas irregularidades durante a aplicação do primeiro teste.

De acordo com os denunciantes, os examinadores foram responsáveis pelo preparo de candidatos aprovados no teste físico. O que beneficiaria um grupo de concorrentes e violaria o princípio de isonomia e impessoalidade.

Além disso, o edital previa a disponibilização, para efeito de recurso, da gravação das provas físicas, exceto o teste de corrida. No entanto, o Instituto Selecon, organizador do concurso, negou o acesso às filmagens, alegando que deveriam ser preservadas.

Os participantes então foram obrigados a formalizar os recursos sem que obtivessem acesso aos vídeos das provas. Diante dos fatos, a juíza seguiu o pedido do MP e determinou a realização de um novo teste de aptidão física.

Fonte: G1

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