Uma clínica de reabilitação foi fechada em Capitólio, no Sul de Minas Geais, sob suspeita de internar pacientes à força, dopá-los e deixá-los sem alimentação. A Polícia Militar esteve no local nesta sexta-feira (16) acompanhada por equipes da prefeitura.

De acordo com o registro da ocorrência, nove mulheres foram encontradas internadas. Muitas delas afirmaram que estavam no local contra a vontade e denunciaram agressões físicas, negligência médica e uso compulsório de medicações sem prescrição adequada.

Uma das internas relatou que morava na região metropolitana de Belo Horizonte e, sem qualquer ordem judicial, foi dopada e levada para a clínica por ordem da irmã. Ela contou que, certa vez, tentou fugir, mas foi recapturada e agredida por uma funcionária da instituição.

Outra mulher, também residente na Grande BH, relatou ter sido levada contra a vontade após ser sedada. Segundo ela, ao tentar deixar a clínica, foi agredida com tapas no rosto. A paciente ainda afirmou que fazia uso de medicamentos, mas sem a devida prescrição médica.

No momento da abordagem, havia apenas uma funcionária acompanhando as pacientes. Ela negou as denúncias e declarou que há acompanhamento médico duas vezes por semana para a administração dos medicamentos.

A interdição do espaço ocorreu porque não foram apresentados documentos que comprovassem a regularidade da clínica, tampouco autorização judicial para as internações involuntárias.

Os familiares das pacientes foram acionados e, conforme consta no boletim de ocorrência, foi garantido a todas as internas o “acolhimento seguro”, de forma a assegurar que nenhuma delas permanecesse em situação de risco ou vulnerabilidade.

 

Fonte: Vitor Fórneas-O Tempo

 

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