A partir desta terça-feira (29), a Prefeitura de Brumadinho começa a retirar, de forma gradual, as famílias que moram na Zona de Autossalvamento (ZAS), área próxima à barragem B1-A, da empresa Emicon Mineração e Terraplanagem. A medida é preventiva e segue protocolos estabelecidos pela Defesa Civil Estadual e Nacional, além de respeitar o Plano de Contingência local.

A evacuação foi determinada pela Agência Nacional de Mineração (ANM) devido à falta de estudos atualizados sobre a estabilidade do barramento. Localizado na Serra da Conquista, dentro da sub-bacia do Córrego dos Quéias, a barragem B1-A teve sua classificação de emergência elevada do nível 1 para o 2 pela ANM, numa escala que vai de 1 a 3, em ordem crescente de risco.

A ANM informa que adotou a elevação do nível de emergência como medida preventiva “visando resguardar a vida das pessoas” que ocupam a ZAS. “É importante ressaltar que não foram detectadas anomalias estruturais que indiquem risco iminente de ruptura da barragem. A decisão foi tomada durante o período de estiagem, o que reduz os riscos hidrológicos. A medida visa garantir que a evacuação da população ocorra de forma segura e organizada”, afirmou a agência.

Segundo o acordo firmado com o Ministério Público, as famílias terão até 15 dias para serem realocadas em locais seguros. Apesar da responsabilidade de apoio ser da empresa Emicon Mineração, a Prefeitura está oferecendo assistência imediata aos afetados.

Muitos desses moradores estão localizados na comunidade de Vale do Ingá, dentro da Zona de Autossalvamento das barragens da Emicon. As oito famílias da vila já foram notificadas pela Defesa Civil de que serão retiradas da área. A notícia vai afetar a rotina de cerca de 40 moradores, que reclamam da falta de informações claras.

Entre eles, está Roberto do Nascimento Hastenreiter, mecânico de 74 anos e morador da região há décadas, que está indignado: “Não vou largar tudo dentro da minha casa. Todo mundo está revoltado”. Ele conta que, ao se mudar, desconhecia que o terreno fosse considerado área de risco e teme ter que deixar os pertences para trás caso a evacuação seja obrigatória.

O prefeito Gabriel Parreiras afirmou que “mesmo não sendo uma responsabilidade direta da Prefeitura, é uma missão nossa cuidar das pessoas e garantir a segurança de cada família brumadinhense.” Desde a última semana, a administração municipal tem atuado para garantir apoio e recursos às famílias.

A Defesa Civil acompanha de perto as condições das residências e auxilia na busca por moradias temporárias, priorizando mulheres, crianças e idosos. Novas vistorias e contatos com moradores seguem em andamento.

Além disso, a Secretaria de Desenvolvimento Social iniciou o cadastro das famílias que receberão suporte pelo Centro de Referência de Assistência Social Especializado em Calamidades (CRASEC). O atendimento inclui suporte psicossocial, acesso a benefícios sociais e até intermediação para vagas de emprego via SINE.

Fonte: Quéren Hapuque/Estado de Minas

 

 

 

 

 

 

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