Mil funcionários sindicalizados da Gucci, na Itália, ameaçam entrar em greve devido à falta de pagamento de um bônus de bem-estar social prometido para o período de 2022 a 2024. Segundo os sindicatos que representam os setores de varejo e logística da marca, o valor — que deveria complementar os benefícios dos trabalhadores — ainda não foi repassado pela Kering, conglomerado francês responsável pela Gucci e outras marcas de luxo como Saint Laurent, Balenciaga e Bottega Veneta.
A cobrança se arrasta há mais de um ano, e os sindicatos alegam que a empresa descumpriu acordos previamente estabelecidos. O impasse pode gerar impactos diretos no desempenho da Gucci, especialmente no segundo semestre de 2025, caso a paralisação de fato ocorra.
Ambiente de tensão no setor de luxo
A disputa trabalhista na Gucci se soma a um cenário mais amplo de tensão na indústria de luxo. Nos últimos meses, marcas como Armani, Loro Piana, Dior e Valentino também estiveram envolvidas em denúncias ou polêmicas trabalhistas. Embora a greve ainda não tenha sido confirmada oficialmente, o movimento crescente entre os funcionários indica um clima de insatisfação generalizada no setor.
Desempenho em queda
A situação interna da Gucci coincide com um momento delicado para a empresa. Segundo balanço divulgado pela Kering no fim de julho, as vendas da Gucci caíram 25% no segundo trimestre de 2025 em comparação ao mesmo período do ano anterior, somando 1,46 bilhão de euros. No primeiro trimestre, a queda foi semelhante, sinalizando uma tendência de retração preocupante para a grife italiana.
No consolidado do semestre, a Kering registrou recuo de 15% nas vendas, refletindo não apenas os desafios enfrentados pela Gucci, mas também um enfraquecimento geral do mercado de luxo europeu.
Perspectivas
Enquanto os sindicatos aguardam uma resposta formal da Kering, o risco de greve continua aumentando, alimentado pelo descontentamento dos funcionários e pelos maus resultados financeiros. Caso o pagamento do bônus não seja regularizado, a paralisação pode trazer consequências operacionais e prejudicar ainda mais o desempenho da marca em um mercado já pressionado.
Com informações do Metrópoles