O lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, foi preso nesta sexta-feira (12), por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele é apontado como um dos principais articuladores da chamada “Farra do INSS”, esquema investigado por realizar descontos indevidos em benefícios de aposentados.
A prisão ocorre dias antes de seu depoimento previsto na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, marcado para a próxima segunda-feira (15). No entanto, as oitivas da comissão foram suspensas e só devem ser retomadas com nova autorização do STF.
De acordo com informações do portal Metrópoles, Antônio Carlos representava entidades envolvidas no esquema e era proprietário de call centers responsáveis por captar associados. Por contrato, recebia 27,5% sobre cada desconto aplicado nos benefícios dos aposentados.
As investigações apontam ainda que o lobista teria corrompido ex-diretores e até o ex-procurador-geral do INSS, por meio de pagamentos a empresas e até transferência de veículos de luxo para parentes dos envolvidos.
Além disso, Antônio Carlos é suspeito de lavagem de dinheiro, com movimentações milionárias realizadas no Brasil e no exterior. Estima-se que ele tenha recebido R$ 30 milhões de associações ligadas ao esquema.
Para que os descontos fossem aplicados diretamente na folha de pagamento dos aposentados, era necessário que as entidades firmassem acordos de cooperação técnica com o INSS, documentos que precisavam da assinatura de diretores do órgão. O “Careca do INSS” era o responsável por intermediar essas assinaturas e garantir a continuidade dos acordos, mesmo quando questionados por auditorias internas.
O lobista tinha procurações para atuar em nome de diversas entidades que cobravam mensalidades de aposentados e lucrava com contratos de consultoria e serviços ligados a redes sociais. Segundo as investigações, ele mantém 15 empresas em seu nome, além de outras registradas em nome de familiares com sua participação indireta.
Com a prisão, as investigações da CPMI devem se intensificar, à medida que o caso revela um dos maiores esquemas de fraude envolvendo o sistema previdenciário federal.
Com informações do Itatiaia