Pesquisadores do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe/UFRJ) e do Instituto de Biologia (IB/UFRJ) estão desenvolvendo um novo teste para detectar anticorpos em pessoas com suspeita de Covid-19 de forma mais simples, rápida e barata que o teste de PCR (Reação em Cadeia da Polimerase), que vem sendo aplicado no momento.

A iniciativa não requer infraestrutura sofisticada para ser realizada e se baseia em uma técnica cerca de quatro vezes mais barata que a empregada no teste de PCR. A tecnologia poderá ser facilmente transferida para reprodução em grande escala em diversos locais.

O novo teste é desenvolvido, conjuntamente, por pesquisadores do Laboratório de Engenharia de Cultivos Celulares (Lecc), da Coppe/UFRJ, sob coordenação da professora Leda Castilho, e do Laboratório de Virologia Molecular (LVM), do IB/UFRJ, sob coordenação dos professores Amilcar Tanuri e Orlando Ferreira.

Anticorpos no sangue

Segundo Castilho, o teste detecta anticorpos anticoronavírus no sangue do indivíduo. “Quando a pessoa é infectada pelo vírus, o sistema imunológico passa a produzir anticorpos contra ele, na tentativa de neutralizá-lo. Alguns tipos de anticorpos são detectáveis já uma semana após o contágio, enquanto outros levam quase duas semanas para serem produzidos e permanecem por muito tempo. A proposta é detectar os dois tipos de anticorpos, possibilitando tanto determinar se uma pessoa com sintomas respiratórios é positiva para Covid-19 quanto, por exemplo, mapear pessoas que já tenham sido infectadas anteriormente, mesmo assintomáticas”, explica a pesquisadora, doutora em Engenharia Bioquímica pela Universidade de Braunschweig, na Alemanha.

Professor Amilcar Tanuri, um dos coordenadores da pesquisa no Laboratório de Virologia Molecular (LVM): teste é crucial para o momento que vivemos. Crédito: Reprodução

De acordo com Amilcar Tanuri, o novo teste é crucial para o momento que vivemos. “Estamos realizando testes sorológicos a partir das proteínas do novo coronavírus. Tais proteínas serão feitas por meio de células e podem servir para sabermos, na população, onde o vírus circula. Também pode indicar a infecção precoce. Após sete ou dez dias da infecção, o organismo começa a produzir um anticorpo chamado IGM, e talvez ele possa ser detectado pelo kit que estamos desenvolvendo”, destaca.

“A ideia é tentar descobrir quem está na fase aguda de infecção. O problema é que talvez demore sete dias para a apresentação do anticorpo e, caso o paciente se apresente antes, pode ser que dê negativo. De qualquer maneira, vai ajudar a detectar mais na frente quem está imune. Por isso, o teste é muito interessante para o controle da epidemia”, complementa Tanuri, que também é consultor da Rede Global de Laboratórios de Fármaco-Resistência da Organização Mundial da Saúde (OMS) e pesquisador associado na Universidade de Columbia, em Nova York.

Com informações da Assessoria de Comunicação da Coppe/UFRJ

 

Matéria da Revista Planeta – Terra Ciência

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