O anúncio da tarifa de 50% anunciada pelo presidente dos Estados UnidosDonald Trump, aos produtos brasileiros, afeta o setor de café, que intensificou as incertezas do setor global da commodity.

Segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, essa mudança abrupta nas regras comerciais intensificou a instabilidade nos valores externos e internos do grão no Brasil, que é líder mundial na exportação de arábica. Vale lembrar que o preço do café vem caindo nas últimas semanas.

Pesquisadores do Cepea destacam que o Brasil é origem de cerca de 25% das importações norte-americanas de café, e uma tarifa de 50% se configura como uma grande desvantagem ao produto nacional e gera incertezas quanto ao escoamento da safra brasileira.

A Colômbia, segunda maior fornecedora aos EUA, permanece isenta de tarifas, enquanto o Vietnã, maior exportador de robusta, até o momento, tem alíquota de 20%. Apesar de o Brasil possuir outros mercados, inclusive o doméstico, pesquisadores do Cepea apontam que, para absorver uma possível retração da demanda norte-americana, essa realocação é complexa, dada a importância e o dinamismo da indústria de torrefação dos EUA.

“É extremamente inflacionário para a população americana. Café não é produzido nos Estados Unidos, então não concorre contra o agro americano”, afirma Márcio Ferreira, presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

 

Fonte: Giullia Gurgel/ Itatiaia

 

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