O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou nessa quinta-feira (7) que o plano de contingência para ajudar os setores afetados pelo tarifaço imposto pelos Estados Unidos deve ser anunciado até terça-feira (12).
Segundo Alckmin, o plano foi apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que concluiu a leitura na noite anterior. “O presidente vai bater o martelo e aí vai ser anunciado. Se não for amanhã, provavelmente na segunda ou terça-feira”, declarou o ministro durante entrevista concedida no estacionamento do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).
O plano prevê uma “régua” para medir a variação de exportações dentro de cada setor, com o objetivo de tornar o socorro mais preciso. A proposta busca focar nas empresas mais impactadas pela tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, imposta pelo governo de Donald Trump.
Alckmin explicou que será adotado um parâmetro para avaliar os efeitos das tarifas com base no grau de exportações para os Estados Unidos. “Há setores em que mais de 90% [da produção] vai para o mercado interno, com exportações de 5%, no máximo 10%. E tem setores em que metade do que se produz é para exportar. E tem setores que exportam mais da metade para os Estados Unidos. Então, foram muito expostos, estão muito expostos”, afirmou.
O ministro citou o setor de pescados como exemplo, destacando a necessidade de diferenciar os produtos conforme sua exposição ao mercado estadunidense. “Às vezes dentro de um próprio setor, você tem uma diferenciação de quem exporta mais e menos”, disse. “No caso da tilápia, o maior consumo é interno. Já o atum tem a maior parte da produção destinada à exportação.”
Sobre a reunião com o encarregado de negócios da embaixada dos Estados Unidos, Gabriel Escobar, Alckmin limitou-se a dizer que o encontro foi “muito bom”. A reunião, que não constava na agenda oficial. Antes de se encontrar com o vice-presidente, Escobar esteve com o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Nelsinho Trad (PSD-MS), e depois visitou a Câmara dos Deputados.
Mais cedo, Alckmin também se reuniu com representantes da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). Segundo ele, o setor será bastante afetado pelas tarifas, especialmente o couro, matéria-prima dos calçados. “Recebi agora o setor de calçados, a Abicalçados. É um setor também afetado, que usa muita mão de obra. Mas, mais afetado que o calçado, é o couro. O couro, mais de 40% [da produção] é para exportação”, comentou.
Com informações da Agência Brasil