A Agência Nacional do Petróleo anunciou, nesta terça-feira (1º), que aprovou medidas preventivas para garantir o abastecimento de combustíveis, devido aos bloqueios em trechos de rodovias federais em diversas regiões do país, por ativistas que não concordam com a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas urnas.

De acordo com a diretoria da ANP, o objetivo é facilitar, dentro de suas atribuições legais, o fluxo de produtos entre os locais de armazenamento e o consumidor final.

A agência explicou que um eventual risco de restrição no abastecimento de combustíveis está relacionado a uma interrupção dos fluxos logísticos, por conta de bloqueios, e não à oferta (produção nacional + importação), à capacidade de armazenamento ou aos estoques mantidos por produtores e distribuidores.

As medidas entrarão em vigor após a publicação no Diário Oficial da União (DOU). E irão valer até que a ANP, por meio do monitoramento do mercado, avalie que não são mais necessárias.

 

Estoques  

  • Suspensão das obrigações de manutenção de estoques semanais médios mínimos pelas distribuidoras (Resoluções ANP 45/2013, 5/2015 e 6/2015).

Comercialização 

  • Liberação das revendas de GLP (gás liquefeito de petróleo, também conhecido como gás de cozinha) para comercialização de produto em vasilhames de outras marcas além daquela para a qual estão autorizadas.
  • Liberação dos Transportadores-Revendedores-Retalhistas (TRRs) para comercialização de gasolina C e de óleo diesel diretamente com postos de revendedores de combustíveis. Pelas regras atuais, os TRRs podem comercializar somente etanol hidratado com os postos.

Armazenagem 

  • Liberação de cessão de espaço para armazenagem, entre diferentes agentes econômicos, independentemente de homologação da ANP. Isso permitirá que distribuidoras com volumes altos armazenados possam guardar produtos em instalações de outras distribuidoras ou TRRs.

Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, postagens em redes sociais relatavam a falta de combustíveis em um posto em Betim já na noite de segunda-feira, quando começaram os bloqueios.

Durante a manhã de terça, o Sindicato  Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo de Minas Gerais (Minaspetro) em nota confirmou que postos de algumas regiões já apresentavam falta de combustíveis.

“As bases também estão apresentando problemas de suprimentos (anidro e hidratado), uma vez que os caminhões não conseguem chegar para descarregamento. As rodovias do interior de São Paulo, onde se encontram grandes usinas, também estão bloqueadas e o fornecimento de etanol poderá ficar comprometido nas próximas horas”, escreveu.

Durante a noite, o presidente do Sindicato dos taxistas de Minas Gerais (Sincavir), João Paulo de Castro Dias, afirmou que não houve relato dos filiados sobre desabastecimento.

Também Sérgio Nascimento, presidente da Associação dos Motoristas de Aplicativos (Asmopli) não recebeu nenhuma notificação dos associados.

 

Fonte: Hoje em Dia
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