Após passarem a noite na Unidade Prisional da Polícia Militar, em Niterói, o ex-ministro Wellington Moreira Franco e João Batista Lima Filho, conhecido como coronel Lima, foram levados, na manhã desta sexta-feira (22), para prestar depoimento na sede da Polícia Federal do Rio de Janeiro.

O ex-governador do Rio, ex-secretário e ex-ministro dos governos de Dilma Rousseff e Michel Temer, Wellington Moreira Franco, foi preso ao sair do aeroporto do Galeão na quinta-feira (21). Na mesma operação foi preso, em São Paulo, o ex-presidente Michel Temer.

Ex-ministro Moreira Franco é o quinto ex-governador do Rio a ser preso (Foto: Reprodução/Rede Globo)

Resumo

  • Michel Temer e mais 9 pessoa sforam presas na Operação Descontaminação
  • O ex-presidente é acusado de liderar uma organização criminosa que teria negociado R$1,8 bilhão em propina
  • A operação teve como base a delação do dono da Engevixe investigações sobre obras da usina nuclear de Angra 3
  • A defesa diz que nada foi provado contra Temere que a prisão constitui um “atentado ao Estado democrático de Direito”
  • Os advogados de Temer entraram com pedido de habeas corpus,que pode ser julgado nesta sexta

Na cadeia com Pezão

Moreira Franco foi levado à noite para a Unidade Prisional Especial da PM. Ele está no mesmo presídio que o ex-governador do Rio de Janeiro Luiz Fernando Pezão.

João Batista Lima Filho, conhecido como coronel Lima, é amigo de longa data do ex-presidente Michel Temer e foi preso no começo da tarde desta quinta em sua casa na Zona Sul da capital paulista. A mulher do coronel, Maria Rita Fratezi, também foi presa.

Organização criminosa

De acordo com a investigação, Temer é suspeito de liderar uma organização criminosa para desvios de dinheiro público que atua há 40 anos no Rio. O Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro afirma que a soma dos valores de propinas recebidas ou prometidas ao suposto grupo chefiado pelo ex-presidente Michel Temer ultrapassa R$ 1,8 bilhão.

Além disso, os procuradores da República sustentam que os investigados monitoravam agentes da Polícia Federal.

De acordo com a PF, a investigação decorreu de elementos colhidos nas operações Radioatividade, Pripyat e Irmandade, embasadas em colaboração premiada firmada polícia. Os mandados foram expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, resultado da investigação sobre obras da usina nuclear de Angra 3, administrada pela estatal Eletronuclear.

A procuradora da República Fabiana Schneider, que também integra a força-tarefa da Lava Jato no Rio, detalhou alguns dos crimes detectados na investigação.

“O que foi verificado é que o coronel Lima, desde a década de 1980, já atua na Argeplan. É possível ver o crescimento da empresa a partir da atuação de Michel Temer. (…) Existe uma planilha que demonstra que promessas de pagamentos foram feitas ao longo de 20 anos para a sigla MT – ou seja, Michel Temer”, justificou a procuradora.

Também segundo Schneider, foi verificado por meio de escutas telefônicas que coronel Lima, amigo de Temer, “era a pessoa que intermediava as entregas de dinheiro a Michel Temer”. “Não há dúvidas quanto a isso”, disse a procuradora.

Investigações da PF e do MPF também demonstram que há fortes indícios de que a reforma no apartamento de Maristela Temer, filha do ex-presidente Michel Temer, foi feita com dinheiro de propina.

 

 

Fonte: G1||

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