Sete meses após a tragédia de Capitólio, parentes de vítimas atingidas pelo paredão de rocha que caiu sobre uma lancha no Lago de Furnas, acionaram a Justiça pedindo indenização à Prefeitura pelos danos morais sofridos com a perda de familiares. Na ocasião do acidente, 10 pessoas morreram.

O processo cível, tramita sob sigilo desde sábado (6) na 2ª Vara Cível, Criminal e de Execuções Penais da Comarca de Piumhi. Ainda não há decisão quanto aos pedidos liminares.

De acordo com informações do portal g1, o prefeito de Capitólio, Cristiano Geraldo da Silva (PP), disse que o Executivo ainda não foi notificado da existência da ação e que está surpreso com o fato, já que o Município não foi considerado culpado nas investigações e nunca foi omisso em relação à tragédia ocorrida no Lago de Furnas.

“Não fomos notificados. Achamos muito estranho, ainda acionei o corpo jurídico e não tem nada. A conclusão foi de acidente natural e o Município não foi omisso, muito pelo contrário. A gente faz trabalhos desde 2021 de prevenção à tromba d’água. Para nós não faz sentido, de fato”, declarou o prefeito.

O Tribunal de Justiça de Minas gerais (TJMG) informou que o processo segue em sigilo, por isso não foram repassadas outras informações, como os possíveis valores requisitados inicialmente pelos familiares.

Investigações concluídas

Para o prefeito, mesmo que ainda não tenha sido comunicado oficialmente, a informação de possível pedido de indenização é interpretada com estranheza por toda equipe administrativa, já que não há nenhum indício de omissão por parte do Município.

As investigações terminaram em março e apontaram que a tragédia foi um desastre natural e, por isso, ninguém foi indiciado.

Segundo a Polícia Civil na ocasião, não foi verificada nenhuma ação humana específica que tenha provocado a queda do paredão. A polícia concluiu que a ocorrência foi um “evento natural” e pediu o arquivamento do inquérito.

“Nós averiguamos eventuais irregularidades do empreendimento, mas essas irregularidades não estão conexas com o tombamento da placa rochosa. Se houvesse [conexão], indiciaríamos responsáveis pelos dez homicídios, o que não ficou comprovado”, afirmou à época o delegado regional de Passos, Marcos Pimenta.

Alerta e recomendação

O trabalho de investigação da polícia também contou com auxílio de geólogos, que alertaram para futuros outros acidentes.

“Tem rocha lá em que é necessária intervenção urgente”, afirmou o perito e geólogo Otávio Guerra.

Diante disso, a polícia fez algumas sugestões para Prefeitura no sentido de adotar mais medidas e de segurança. Entre as ações sugeridas pela polícia, o mapeamento das zonas de risco foi feito em fevereiro por geólogos vindos de outros estados.

Relembre a tragédia

O acidente ocorreu no início da tarde de um sábado, dia 8 de janeiro, no Lago de Furnas, quando um grupo 10 turistas, a maioria da mesma família, alugou uma lancha para percorrer a região que é rodeada por paredões rochosos.

No momento em que as embarcações ficaram paradas, uma das rochas se desprendeu e atingiu a lancha. Algumas pessoas que perceberam o que ia ocorrer tentaram avisar, mas não tiveram sucesso. A rocha desabou e os ocupantes morreram no local.

 

Fonte: G1

COMPATILHAR: