A Amazônia, que abriga mais de 10% de todas as espécies de plantas e vertebrados, concentradas em apenas 0,5% da área superficial da Terra, está sendo degradada por atividades industriais e agrícolas modernas, colocando reservas de biodiversidade e ecossistemas em risco.

Em um estudo publicado na revista Science, uma equipe internacional de pesquisadores revelou que mais de um terço da Floresta Amazônica restante foi afetada pelos humanos.

Os cientistas analisaram dados publicados anteriormente, com imagens de satélite e mudanças na região entre 2001 e 2018, e concluíram se tratar de um processo de degradação.

A degradação, segundo os autores, inclui mudanças transitórias ou de longo prazo ocasionadas por ações antrópicas sem alterações no uso da terra e difere-se do desmatamento, que compreende a remoção da floresta e o estabelecimento de novas funcionalidades em seu lugar, como a agricultura.

Na pesquisa, foram avaliados quatro fatores que impulsionam a degradação florestal: incêndios florestais, efeitos de borda (mudanças em florestas adjacentes a áreas desmatadas), extração seletiva de madeira (como extração ilegal de madeira) e seca extrema.

As áreas florestais podem ser afetadas por um ou mais desses distúrbios.

A descoberta mostrou que a degradação se dá em um setor equivalente a 38% da região remanescente, 2,5 milhões de quilômetros quadrados – área proporcional a dez vezes o tamanho do Reino Unido –, produzindo emissões de carbono equivalentes ou maiores que as do desmatamento.

No cenário atual, a Amazônia aproxima-se de uma transição rápida de uma paisagem amplamente florestada para uma não florestada.

Os cientistas propõem a crialoreção de um sistema de monitoramento da degradação florestal, prevenção e combate ao desmatamento ilegal, além do controle do uso do fogo. As “fstas inteligentes” adotariam tecnologias e sensores diversos para coletar dados e investir em melhorias na região.

O trabalho conta com a participação de pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade de Lancaster, no Reino Unido, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), e é resultado do projeto Analysis, Integration and Modeling of the Earth System (AIMES), também vinculado à iniciativa internacional Future Earth.

 

Fonte: CNN

 

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