O B-21 Raider, novo bombardeiro furtivo da Força Aérea dos Estados Unidos, está sendo preparado para substituir o icônico B-2 Spirit, usado recentemente nos ataques contra as instalações nucleares do Irã.
Com tecnologia de ponta e maior eficiência em relação à antecessora, a aeronave, que passa por testes sob sigilo, é vista como essencial para manter a superioridade aérea dos EUA frente a rivais como China e Rússia.
Segundo a revista norte-americana The National Interest, analistas da aviação acreditam que a aeronave realizou voos de validação de sua assinatura de radar no início deste mês, na Base Aérea de Edwards, na Califórnia.
Esses testes, conduzidos em espaço aéreo restrito, incluíram pelo menos duas missões em alta altitude para avaliar a seção transversal do radar (RCS), que determina o quão “invisível” o B-21 é para sistemas de defesa inimigos.
Imagens de satélite revelaram atividade intensa no hangar da Northrop Grumman, fabricante do B-21, com sinais de calor indicando preparativos antes dos voos e equipamentos de coleta de dados ao redor das pistas.
Além disso, os testes incluíram sistemas de mascaramento térmico, que reduzem a assinatura infravermelha – isto é, o calor emitido pelo avião, que pode ser detectado por sensores inimigos –, e avaliações de resiliência contra interferências eletromagnéticas (EMI), as quais atrapalham os sistemas eletrônicos da aeronave.
Esses experimentos simulam cenários de guerra eletrônica, como os encontrados em ambientes de negação de área (A2/AD) da China, onde sistemas de defesa avançados tentam bloquear a entrada ou detectar a presença de aeronaves.
Tecnologia de sexta geração
Desenvolvido pela Northrop Grumman, o B-21 Raider é descrito como uma aeronave de sexta geração, com avanços que o tornam mais fácil e menos custoso de manter em comparação com o B-2 Spirit.
Segundo a montadora, a aeronave é capaz de transportar tanto munições convencionais quanto nucleares. A arquitetura aberta permite atualizações rápidas de software e armas, graças a uma rede avançada e integração com sistemas em nuvem.
Em 2024, a Força Aérea dos EUA divulgou imagens do B-21 voando acima das nuvens, com destaque para o design de asas voadoras, semelhantes aos da B-2, mas com furtividade aprimorada.
“O B-21 é um bombardeiro de longo alcance, altamente capaz de sobreviver e penetrar, que substituirá gradualmente os B-1 e B-2”, disse a Força Aérea em um comunicado.
O custo médio por unidade, segundo as autoridades, é de US$ 692 milhões (cerca de R$ 3,8 bilhões), bem abaixo dos US$ 2 bilhões (R$ 11 bilhões, aproximadamente) do B-2, cuja manutenção é cara e trabalhosa.
Substituindo o B-2 Spirit
O B-2 Spirit, também fabricado pela Northrop Grumman, é conhecido pela capacidade de escapar de radares e carregar a bomba GBU-57, apelidada de “destruidora de bunkers”, utilizada na operação militar contra o Irã.
Com autonomia de até 11 mil quilômetros sem reabastecimento (ou 18,5 mil com apoio aéreo), o B-2 é o bombardeiro mais avançado da atual frota norte-americana. Mas o B-21 Raider está sendo projetado para superá-lo em eficiência, furtividade e flexibilidade.
Os testes do B-21 estão sendo conduzidos sob sigilo absoluto, com informações limitadas a vazamentos controlados e inteligência de código aberto, de acordo com a The National Interest.
Analistas ouvidos pela revista sugerem que, em julho deste ano, o B-21 realizará testes de abertura de compartimento de armas e lançamentos simulados, usando telemetria em vez de munições reais.
A produção inicial já começou, e o B-21 deve estar disponível para ser usado em operações reais, ainda que de maneira limitada, em 2027. A prontidão total para combate só deve ocorrer em 2029.
Fonte: Portal r7