O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu R$ 17,1 milhões em suas contas por meio de transferências bancárias realizadas por Pix entre 1º de janeiro e 4 de julho deste ano. A quantia foi registrada em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que também apontou que esse valor foi movimentado através de 769 mil transações feitas para a conta do ex-chefe do Executivo efetuadas no primeiro semestre de 2023.
O valor corresponde quase à totalidade do que circulou nas contas de Bolsonaro em 2023: R$ 18.498.532. Uma possível explicação para os valores é a vaquinha organizada por seus apoiadores para pagar multas processuais. O relatório do Coaf registra ainda R$ 3,6 mil repassados a Walderice Santos da Conceição, a Wal do Açaí. A Procuradoria da República no Distrito Federal apontou Wal do Açaí como “funcionária fantasma” de Bolsonaro por mais de 15 anos.
As informações constam em reportagem publicada pelo Estadão nesta sexta-feira (28). Segundo o jornal, outra empresa que aparece citada no relatório é a Bolsonaro Digital, registrada em nome da família Bolsonaro. Na Receita Federal, ela tem como sócios o ex-presidente e três dos seus quatro filhos homens: o vereador Carlos, o deputado federal Eduardo e o senador Flávio. O ex-presidente declarou cotas da Bolsonaro Digital à Justiça Eleitoral.
Os registros bancários feitos pelo Coaf indicam que parte dos recursos arrecadados por meio do Pix teriam sido convertidos em aplicações financeiras, ainda conforme reportagem do Estadão. O texto lembra que o ex-presidente tem evitado falar publicamente sobre o valor arrecadado na campanha. Em 26 de junho, ele disse apenas que já havia levantado o suficiente para pagar suas condenações processuais. “A massa contribuiu com valores entre R$ 2 e R$ 22. Foi voluntário”, disse Bolsonaro na época, prometendo abrir os valores “mais para frente”.
O relatório do Coaf mostrou ainda que 18 pessoas – advogados, empresários, militares, agricultores, pecuaristas e estudantes – pagaram entre R$ 5 mil e R$ 20 mil a Jair Bolsonaro. Além delas, há três empresas. Uma delas fez 62 transferências que totalizam R$ 9,6 mil.
Depois que deixou a presidência da República, Bolsonaro assumiu o cargo de presidente de honra do PL, pelo qual recebe um salário de R$ 39 mil. Ele também recebe uma aposentadoria do Exército e outra da Câmara dos Deputados. Assim, entre aposentadorias e salários, Bolsonaro ganha mais de R$ 75 mil por mês.
Mauro Cid movimentou R$ 3,2 milhões em 7 meses
O documento do Coaf foi enviado à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, que também mostrou movimentações “atípicas” e “incompatíveis com patrimônio” nas contas bancárias do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.
O relatório do órgão federal que atua no combate à lavagem de dinheiro e corrupção aponta que Cid realizou, em um período de sete meses, operações bancárias no total R$ 3,2 milhões. Entre 26 de junho de 2022 e 25 de janeiro de 2023, foi creditado em suas contas R$ 1,8 milhão, sendo debitado R$ 1,4 milhão.
De acordo com análise do órgão, a movimentação de recursos foi “incompatível com o patrimônio, atividade econômica ou a ocupação profissional e capacidade financeira do cliente”.
O Coaf justificou como “movimentação elevada” o envio de remessas nos valores de R$ 367.374 para os Estados Unidos em 12 de janeiro deste ano, período em que Jair Bolsonaro estava no país norte-americano. Tanto o ex-presidente quanto Mauro Cid deixaram o Brasil antes da posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Depois que deixou a presidência da República, Bolsonaro assumiu o cargo de presidente de honra do PL, pelo qual recebe um salário de R$ 39 mil. Ele também recebe uma aposentadoria do Exército e outra da Câmara dos Deputados. Assim, entre aposentadorias e salários, Bolsonaro ganha mais de R$ 75 mil por mês.
Mauro Cid movimentou R$ 3,2 milhões em 7 meses
O documento do Coaf foi enviado à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, que também mostrou movimentações “atípicas” e “incompatíveis com patrimônio” nas contas bancárias do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.
O relatório do órgão federal que atua no combate à lavagem de dinheiro e corrupção aponta que Cid realizou, em um período de sete meses, operações bancárias no total R$ 3,2 milhões. Entre 26 de junho de 2022 e 25 de janeiro de 2023, foi creditado em suas contas R$ 1,8 milhão, sendo debitado R$ 1,4 milhão.
De acordo com análise do órgão, a movimentação de recursos foi “incompatível com o patrimônio, atividade econômica ou a ocupação profissional e capacidade financeira do cliente”.
O Coaf justificou como “movimentação elevada” o envio de remessas nos valores de R$ 367.374 para os Estados Unidos em 12 de janeiro deste ano, período em que Jair Bolsonaro estava no país norte-americano. Tanto o ex-presidente quanto Mauro Cid deixaram o Brasil antes da posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Fonte: O Tempo