Durante a Pré-COP, realizada nesta terça-feira (14) em Brasília, o governo brasileiro anunciou a articulação de um pacto global com o objetivo de quadruplicar a produção mundial de combustíveis sustentáveis até 2035. A iniciativa será apresentada formalmente na Cúpula de Líderes da COP30, que ocorre nos dias 6 e 7 de novembro, em Belém (PA).

O acordo é fruto de uma parceria entre Brasil, Itália, Japão e Índia, e os países signatários esperam a adesão de outras nações nas próximas semanas. A proposta está alinhada com os preparativos para a COP30, marcada para acontecer entre os dias 10 e 21 de novembro, também na capital paraense.

De acordo com João Marcos Paes Leme, diretor do Departamento de Energia do Itamaraty, o pacto não se restringe aos biocombustíveis tradicionais ou fontes renováveis como solar e eólica. Ele também contempla tecnologias emergentes, como hidrogênio verde, biogás e os e-fuels (combustíveis sintéticos).

O foco principal da iniciativa é impulsionar a transição energética em setores de difícil descarbonização, como a aviação, a indústria do aço e a produção de cimento — segmentos que, atualmente, enfrentam grandes desafios para reduzir suas emissões de carbono.

Base técnica e metas até 2035

A proposta se apoia em um relatório divulgado pela Agência Internacional de Energia (IEA) nesta mesma terça-feira, que analisa diferentes tecnologias e rotas para descarbonização. O documento indica que, dependendo das tecnologias adotadas, é possível não apenas quadruplicar a produção de combustíveis sustentáveis, mas até multiplicá-la significativamente com base nos níveis de 2024.

Esse relatório faz um apanhado dessas diferentes tecnologias e explica como você pode, no mínimo, quadruplicar [a produção]. Mas, somando as diferentes rotas no seu conjunto, você pode, até 2035, ter uma multiplicação significativa dessas soluções e, com isso, ajudar a descarbonização”, afirmou Paes Leme.

O pacto liderado pelo Brasil reforça o protagonismo do país nas discussões climáticas globais e se apresenta como um passo estratégico rumo a uma matriz energética mais limpa e eficiente. Com apoio internacional e base técnica robusta, a iniciativa pretende ser um dos destaques da COP30, promovendo soluções concretas para a redução das emissões em escala global.

Com informações do jornal O Tempo

 

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