Os 13 brasileiros que participaram da flotilha humanitária Global Sumud e foram detidos por Israel na semana passada chegaram na manhã desta quinta-feira (9) ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. A delegação havia sido interceptada, presa e deportada pelas autoridades israelenses durante missão em apoio à Faixa de Gaza.
O grupo foi recebido com emoção por familiares, militantes e apoiadores, que formaram uma aglomeração no saguão do aeroporto, exibindo cartazes de protesto e bandeiras da Palestina. Entre os presentes estava a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), que acompanhou a recepção.
A informação sobre a chegada foi repassada por familiares dos ativistas ao portal Metrópoles. A delegação brasileira era composta pela deputada Luizianne Lins (PT-CE), Thiago Ávila, Bruno Gilga, Lisiane Proença, Magno Costa, a vereadora Mariana Conti (PSOL-SP), Ariadne Telles, Mansur Peixoto, Gabriele Tolotti, Mohamad El Kadri, Lucas Gusmão, João Aguiar e Miguel Castro.
Após serem deportados, os brasileiros passaram pela Jordânia, onde foram acolhidos pela embaixada brasileira em Amã. “É importante reconhecer a excelente recepção da embaixada brasileira em Amã. O embaixador Marcio Fagundes do Nascimento e toda a sua equipe receberam todos maravilhosamente bem”, afirmou um familiar que preferiu não se identificar. Apesar do momento difícil, todos os integrantes estavam bem, segundo relatos dos parentes.
Sem apoio financeiro do Itamaraty para o retorno ao Brasil, os integrantes da missão lançaram uma vaquinha virtual na última terça-feira (7) para custear as passagens de volta. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores informou que atuou para a libertação dos brasileiros, mas não cobriu os custos da viagem. O Itamaraty também reiterou a posição oficial do governo brasileiro contra o bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza: “O Brasil conclama a comunidade internacional a exigir de Israel a cessação do bloqueio a Gaza, por constituir grave violação ao direito internacional humanitário”.
A flotilha Global Sumud zarpou de Barcelona em 31 de agosto com destino à Faixa de Gaza, transportando ajuda humanitária como água, medicamentos e fórmula infantil. A iniciativa reuniu 44 embarcações de mais de 40 países e 460 participantes. Durante o trajeto, a flotilha passou por portos como o de Túnis, na Tunísia, onde recebeu reforços. Na quarta-feira passada (1º), parte da flotilha foi interceptada por Israel, que deteve vários ativistas, incluindo a sueca Greta Thunberg, e transferiu os brasileiros para a prisão de Ktzi’ot, no deserto do Neguev. Alguns ativistas relataram maus-tratos durante a detenção.
O retorno ao Brasil encerra uma semana marcada por tensões diplomáticas e denúncias de abusos, mas também por solidariedade e mobilização internacional.
Com informações do Metrópoles