Em 2015, 95 a cada cem consumidores conseguiam planejar o orçamento e pagar as contas em dia, mesmo que não sobrasse nada no fim do mês. Em 2016, esse número despencou para 45 pessoas, ou seja, caiu mais da metade. Os dados são da pesquisa sobre orçamento doméstico, divulgada ontem pela Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio-MG). Segundo o levantamento, nesse mesmo período o percentual de consumidores que consegue planejar os gastos caiu de 76,8% para 62,2%.

De acordo com o economista da Fecomércio-MG, Guilherme Almeida, há um fator cultural, mas a crise piorou tudo. “As pessoas já não têm muito o costume de planejar o orçamento. Os aumentos do desemprego e da inflação deixam ainda mais difícil”, explica.

Segundo Almeida, essas dificuldades acabam gerando inadimplência e, consequentemente, mudam o comportamento do consumidor. “As pessoas têm dado a preferência para pagamento em dinheiro. Isso tem acontecido porque, em muitos casos, elas já estão com o nome negativado e não têm acesso ao crédito”, explica Almeida.

A pesquisa da Fecomércio mostra que o total de consumidores que prefere pagar em dinheiro (40,5%) ou com cartão de débito (38,7%) é praticamente quatro vezes maior do que quem paga com cartão de crédito (20,8%). “Minha fatura estava muito alta. Agora eu parei de parcelar e estou evitando o cartão. Até já consegui fugir de três compras por impulso”, afirma Paula.

 

Fonte: O Tempo||http://www.otempo.com.br/capa/economia/capacidade-de-manter-contas-equilibradas-cai-pela-metade-1.1424115

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