A falta de vários medicamentos no mercado pode piorar nesta semana, e a situação só deve ser normalizada a partir da semana de abril. Isso porque a indústria farmacêutica deve esperar o aumento do preço dos remédios para repor os estoques. O reajuste anual, previsto para 1º de abril, pode chegar a 12%, o que deve encarecer os remédios.

O vice-presidente do sindicato que representa farmácias e drogarias, Rony Resende, destaca que alguns medicamentos sumiram das prateleiras dos estabelecimentos em Minas. É o caso da azitromicina, antibiótico. “Dificilmente os medicamentos em falta devem voltar às prateleiras em março”, detalhou.

Segundo ele, além do reajuste previsto para 1º de abril, a alta demanda devido à explosão de casos de gripe e covid-19 em janeiro agravou o cenário. “Tivemos alta nas vendas de antigripais, xaropes e antibióticos. Não era uma época que, normalmente, tínhamos alta demanda”, afirmou.

“A indústria, infelizmente, aguardando o reajuste, deixou de entregar esses medicamentos. A alta esperada fez com aumentasse a falta de medicamentos. É muito difícil que consigamos repor esse estoque de medicamentos até a primeira semana de abril”, concluiu.

Denise Brasileiro, presidente do Departamento Científico de Pediatria Ambulatorial da Sociedade Brasileira de Pediatria, lamenta a situação. “Está muito estressante. Você faz a prescrição, a criança precisa usar o remédio, e a mãe tem que ir a 10, 15 farmácias para conseguir os medicamentos.”

Ela também faz apelo aos pais para que não troquem os medicamentos prescritos e não encontrados. “Entre em contato com o médico. Não podemos trocar remédio da nossa cabeça, nem outro profissional pode fazer essa troca. Só quem prescreveu é que raciocina em cima do quadro clínico da criança”, reforçou.

 

Fonte: Itatiaia

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