A poliomielite foi erradicada em todo o Brasil em 1989, mas, 33 anos depois, a doença pode voltar a circular e a causar mortes e sequelas graves em crianças devido ao baixo índice de vacinação registrado no país, o que também vem sendo registrado em Belo Horizonte.

Nessa quarta-feira (12), Dia das Crianças, a capital mineira contou com uma campanha de vacinação em parques e shoppings justamente tentando reverter o número, que, até então, estava em 74,6% das cerca de 104 mil crianças de 1 a 4 anos do município.

A meta estipulada pelo Ministério da Saúde (MS) é de 95% das crianças imunizadas, percentual que ainda está longe de ser alcançado no país, que, segundo o órgão, estava com apenas 62,5% no último dia 7 de outubro.

O infectopediatra e coordenador do Comitê de Infectologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Marcelo Otsuka, explica que o que foi erradicado foram os casos graves da doença, feito alcançado graças à vacinação em massa, mas que o vírus da poliomielite continua existindo em sua forma selvagem, sendo encontrado em rios de diversas partes do mundo, além de também terem sido registrados alguns poucos casos de pessoas vitimadas.

“Essa existência do vírus vira um problema a partir do momento que não temos a cobertura vacinal adequada, pois estamos com uma população sujeita a desenvolver uma doença grave. Muito provavelmente já temos o vírus circulando no esgoto, por exemplo, e, por isso, existe esse receio enorme de que voltemos a ter essa doença aqui”, argumenta o especialista.

O infectologista Unaí Tupinambás destaca que as primeiras doses (aos 2, 4 e 6 meses), que são feitas por via injetável, são muito seguras e, raramente, têm efeitos colaterais. Depois, aos 15 meses e anualmente na campanha nacional para crianças de até 4 anos, são aplicadas as doses de reforço, por via oral, a famosa vacina da gotinha.

Fonte: O Tempo

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