A Justiça Federal dos Estados Unidos inicia nesta segunda-feira (08), o julgamento do caso envolvendo a tentativa de assassinato do presidente Donald Trump. A primeira etapa do processo será dedicada à seleção do júri, com as declarações de abertura previstas para o dia 11.
O réu, de 59 anos, foi denunciado por tentativa de assassinato de um candidato presidencial, agressão a um agente federal e porte ilegal de arma de fogo. Ele também responde a acusações estaduais de terrorismo e tentativa de homicídio. O acusado se declarou inocente e obteve autorização judicial para se representar no processo.
Segundo os promotores, o crime foi planejado durante semanas. Em 15 de setembro de 2024, o acusado foi flagrado escondido com um rifle entre arbustos no Trump International Golf Club, em West Palm Beach, pouco antes da chegada de Trump ao local. Um agente do Serviço Secreto percebeu a movimentação e reagiu ao ver o rifle apontado em sua direção. O suspeito fugiu sem efetuar disparos, abandonando a arma.
As investigações revelaram que, em agosto de 2024, o acusado tentou adquirir armamento militar, incluindo uma arma antiaérea, acreditando negociar com um contato ucraniano. Em uma das comunicações interceptadas, ele teria afirmado: “Preciso de equipamentos para que Trump não seja eleito.” Também há registros de tentativa de compra de um rifle calibre .50, mais potente que o utilizado na ação.
O acusado adquiriu ilegalmente um rifle SKS de fabricação chinesa por US$ 350, em negociação com Ronnie Jay Oxendine, intermediada por Tina Brown Cooper. Seis semanas depois, foi encontrado com essa mesma arma próximo ao campo de golfe. Cooper e Oxendine foram presos e se declararam culpados por crimes relacionados a armas de fogo em tribunal federal.
O histórico criminal do réu inclui acusações desde a década de 1990, como emissão de cheques sem fundo, atropelamento seguido de fuga e resistência à prisão. Em 2002, ele foi denunciado por porte ilegal de arma de destruição em massa.
Em defesa do acusado, seu filho Oren declarou à CBS News que ficou surpreso com o caso. “Ele é uma boa pessoa e sempre foi um trabalhador esforçado. É um ótimo homem e um bom pai, não é violento e nunca foi abusivo. Fiquei definitivamente surpreso que isso tenha acontecido”, afirmou.
O réu votou nas primárias do Partido Democrata em 2024, na Carolina do Norte, e aparece como eleitor não filiado. Sua conta na rede social X foi suspensa e continha diversas postagens críticas a Trump. Nos autos do processo, há registros de declarações provocativas, como quando chamou Trump de “idiota” e sugeriu “uma partida de golfe com o porco racista” para decidir seu destino.
O julgamento será acompanhado de perto pelas autoridades federais e estaduais, dada a gravidade das acusações e o perfil do alvo do suposto atentado.
Com informações do Itatiaia