A defesa do general Mario Fernandes protocolou junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para que a preventiva do militar seja revogada ou alterada, aplicando as mesmas medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de contato com outros investigados.

O documento foi protocolado na noite de sábado (26), logo após o encerramento dos interrogatórios do chamado “núcleo 2″ da ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado. As informações são do portal UOL.

Mario Fernandes está preso desde fevereiro, quando foi alvo da operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal. Ele é acusado de integrar o núcleo militar da suposta organização criminosa que, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), atuou para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O general admitiu ser o autor do documento intitulado ‘Punhal Verde Amarelo’, que mencionava o “envenenamento” de Lula e a “neutralização” do vice, Geraldo Alckmin (PSB). Em depoimento ao STF, ele afirmou que o texto era apenas uma análise de risco, escrita de forma individual, e que jamais foi compartilhado com outros investigados.

Desproporcional

No pedido feito ao STF, a defesa do general sustenta que Fernandes “não confessou plano de matar ninguém” e afirma que não há indícios de que ele tenha atuado para executar qualquer ação. Os advogados também destacam que Mauro Cid, tenente-coronel e delator no caso, disse nunca ter recebido o documento nem discutido o conteúdo com o general.

Em sua delação premiada, Mauro Cid classificou Mario Fernandes como “o mais radical entre os radicais”. A Polícia Federal também localizou mensagens em que o general teria pedido a Cid que convencesse Bolsonaro a assinar um decreto com teor golpista. Mesmo assim, os advogados argumentam que Fernandes não participou da construção do texto e que não esteve presente em reuniões sobre o plano.

Por isso, a defesa considera desproporcional a manutenção da prisão, especialmente após o STF ter decidido impor medidas alternativas ao ex-presidente Bolsonaro, apontado como líder da organização criminosa.

 

Fonte: Pedro Nascimento-Itatiaia

 

COMPARTILHAR: