O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi aconselhado por sua defesa a não comparecer ao julgamento em que é réu por tentativa de golpe de Estado. A fase final do processo será retomada nesta terça-feira (2), e a ausência do ex-mandatário tem sido tratada como estratégia jurídica. Apesar da recomendação, fontes próximas afirmam que Bolsonaro ainda não decidiu se irá ou não à sessão.

Para comparecer, Bolsonaro precisaria de autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), já que cumpre prisão domiciliar desde o mês passado, por determinação do ministro Alexandre de Moraes. Até a manhã desta segunda-feira (1º), nenhum pedido formal havia sido protocolado junto ao STF, e a defesa do ex-presidente ainda não se manifestou publicamente sobre o tema.

Julgamento por suposta trama golpista

Bolsonaro será julgado junto com aliados por suposto envolvimento em uma tentativa de impedir a posse ou o exercício do governo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa os réus de seis crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência, grave ameaça contra o patrimônio da União e outros relacionados à suposta articulação golpista.

O julgamento é considerado um dos mais relevantes da história recente do Supremo, com potencial impacto político expressivo tanto para a direita quanto para a esquerda no país.

Convocações para 7 de setembro intensificam clima de polarização

Paralelamente ao julgamento, aliados de Bolsonaro intensificaram nas redes sociais as convocações para atos no próximo dia 7 de setembro. O objetivo, segundo interlocutores, é demonstrar força política e pressionar pelo movimento “Anistia Já”, que defende perdão judicial a envolvidos nos atos golpistas.

Do outro lado, movimentos sociais e sindicatos ligados à esquerda também convocam manifestações para o mesmo dia, com pautas como “Brasil soberano”, “O Brasil é dos brasileiros” e contra qualquer tentativa de anistia. A expectativa é de que o 7 de setembro reflita, mais uma vez, a forte polarização política no país.

Expectativa pela decisão final

A expectativa sobre a presença ou não de Bolsonaro no julgamento adiciona tensão ao processo. Caso opte por comparecer, será necessário protocolar o pedido no STF ainda hoje. Enquanto isso, o tribunal se prepara para julgar um dos casos mais emblemáticos envolvendo um ex-presidente da República.

A decisão de Bolsonaro pode ter reflexos não apenas no julgamento, mas também na mobilização política que se desenha para os próximos dias.

Com informações do Metrópoles

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