Desde a noite de terça-feira (6), uma longa fila de veículos já havia se formado em frente ao posto de combustíveis da avenida do Contorno, no Barro Preto, região Noroeste de Belo Horizonte. A razão é a oportunidade de abastecer o tanque e não pagar os impostos que são embutidos no valor do produto, cerca de 35%.

A ação faz parte do Dia Livre de Impostos, uma iniciativa da Câmara de Dirigentes Logistas (CDL-BH), que tem como objetivo chamar a atenção pela alta carga tributária que é cobrada dos contribuintes. Inúmeros produtos neste dia estão sendo vendidos sem tributação.

Estou na fila há dois dias, não é primeira vez que participo, para mim é muito vantajoso, além de ser uma oportunidade de protestar contra esse abuso. A gente paga muitos impostos em Minas Gerais para pouco retorno. No último ano, tivemos um aumento de 2% em diversos produtos, sem contrapartida. Um rico, por exemplo, sofre pouco impacto com a alta taxação, mas para os pobres, que são maioria, faz muita diferença“, disse a estudante de ciências sociais, Solange Rodrigues, 56.

A ação no estabelecimento começou às 8h. Serão disponibilizados 5 mil litros de gasolina e cada motorista de carro pode abastecer até 40,1 litros e pilotos de motocicletas até 7,9 litros. O valor do litro da gasolina sairá por R$ 3,76.

Diversos Produtos

Além de combustíveis, produtos do setor de vestuário, fármacos, alimentação, hortifruti, gás de cozinha e até cerveja e outros estão participando da ação.

A aposentada Sandra Martins, de 73 anos, comemorou o preço final que pagou pelos produtos de higiene em uma farmácia que está participando do programa.

Um sabonete líquido, que geralmente custa R$20,00, eu paguei R$10,00. Filtro solar, de R$109,00, por R$ 60,00. Foi excelente. Deveria ter mais dessa ação“, disse.

Segundo o presidente da CDL-BH, Marcelo Souza e Silva, as regras de aplicação de descontos são definidas pelos próprios estabelecimentos. Neste ano, mais de 1000 empresas, de pequeno, médio e grande porte participam da ação.

Uma pequena empresa paga, no mínimo, oito impostos por mes. Já o cidadão, é impactado com pelo menos cinco tributos e precisa trabalhar em média 150 dias para pagá-los. Algo que sufoca e impede o crescimento econômico“, justificou o presidente da CDL- BH, Marcelo Souza e Silva.

 

Fonte: O Tempo

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