A dívida total do Estado de Minas Gerais alcançou R$ 196,16 bilhões em agosto de 2025, conforme dados do Boletim Estadual da Dívida, publicado mensalmente pela Secretaria de Estado da Fazenda (SEF-MG). O valor representa um crescimento de 59% em relação a dezembro de 2019, quando o montante era de R$ 123,36 bilhões.
União concentra maior parte dos débitos
Do total da dívida, R$ 172 bilhões correspondem a débitos com a União, o que representa 87,69% do estoque total. O governo estadual busca atualmente renegociar esse passivo dentro do Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados (Propag), que oferece condições mais vantajosas que o atual Regime de Recuperação Fiscal (RRF).
O Estado já quitou R$ 11,14 bilhões com a União desde julho de 2022, quando os pagamentos foram retomados após terem sido suspensos em 2018, ainda na gestão do ex-governador Fernando Pimentel (PT), por decisão liminar do Supremo Tribunal Federal (STF). O retorno dos repasses ocorreu no governo de Romeu Zema (Novo), que assumiu o cargo em 2019 e foi reeleito em 2022.
Somente em 2025, já foram pagos R$ 3,71 bilhões ao Tesouro Nacional, responsável pela administração do débito. Considerando a parcela paga no início de setembro — que ainda não consta no boletim de agosto —, o total quitado desde 2019 chega a R$ 11,57 bilhões.
Outros credores
Além da União, Minas Gerais mantém dívidas com outras instituições nacionais e internacionais. Os principais credores, além do governo federal, incluem:
- Banco do Brasil: 3,03%
- Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird): 3,03%
- Depósitos judiciais: 2,43%
- Credit Suisse: 1,05%
- Instituto Nacional do Seguro Social (INSS): 0,59%
- Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES): 0,54%
- Instituto de Previdência dos Servidores Militares (IPSM): 0,56%
- Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD): 0,48%
- Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID): 0,30%
- Outros credores: 0,28%
Apesar do volume elevado da dívida, o governo estadual tem atuado na busca por alternativas de reestruturação, especialmente junto ao Congresso Nacional e ao governo federal, para garantir sustentabilidade fiscal a médio e longo prazo.
A evolução da dívida pública de Minas Gerais segue como um dos principais desafios da atual gestão. Com quase R$ 200 bilhões em débitos acumulados — a maior parte com a União —, o Estado depende de negociações bem-sucedidas para evitar o comprometimento de sua capacidade de investimento e prestação de serviços públicos essenciais.
Com informações da Secretaria de Estado da Fazenda de Minas Gerais (SEF-MG)