O dólar opera em queda nesta segunda-feira (23), com investidores acompanhando sinalizações sobre a política econômica do governo Lula e o mercado global preocupado com a possibilidade de uma recessão nos Estados Unidos.
Às 10h18, a moeda norte-americana caía 0,43%, cotada a R$ 5,1847.
Na sexta-feira, a moeda norte-americana subiu 0,71%, a R$ 5,2071. Com o resultado, a moeda acumulou alta de 1,97% na semana passada. No ano, entretanto, o recuo é de 1,34%.
Os economistas do mercado financeiro elevaram a estimativa de inflação deste ano de 5,39% para 5,48%. Foi a sexta alta consecutiva do indicador. O novo aumento aconteceu após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter criticado a independência do Banco Central e ter dito que a atual meta da inflação atrapalha crescimento – indicando que pode atuar para elevá-la.
Depois disso, o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que não há nenhuma pré-disposição do governo de fazer qualquer mudança na instituição.
Para este ano, a meta central de inflação foi fixada em 3,25% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.
Para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2023, o mercado financeiro subiu sua previsão de 0,77% para 0,79%.
Já no exterior, a cautela permanece com o risco de recessão nos Estados Unidos, com o mercado aguardando novos discursos de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que possam indicar o rumo das taxas de juros no país.
Juros mais altos nos Estados Unidos elevam a rentabilidade dos títulos públicos do país, que são considerados os mais seguros do mundo. Assim, investidores migram para tais aplicações, em detrimento de ativos de risco, como o mercado de ações e moedas de países divergentes – o que ajuda a explicar a desvalorização do real frente o dólar.
Com pressão inflacionária e juros mais altos, crescem, também, a percepção de risco de que os Estados Unidos enfrentem uma recessão econômica.
Fonte: G1