A dona de um brechó de luxo está sendo acusada de aplicar um ‘calote’ de cerca de R$ 5 milhões, tanto no Brasil quanto no exterior. Francine Prado, fundadora do Desapego Legal, teria vendido produtos (inclusive de grife) de terceiros e não enviado pagamento.
Mais de 220 pessoas se reúnem em um grupo de aplicativo de mensagens instantâneas para traçar estratégias que visam receber os valores devidos por Francine, segundo reportagem do Fantástico.
A Desapego Legal, famosa pela revenda de bolsas de marcas como Yves Saint Laurent, Chanel e Louis Vuitton, tem quase 100 processos na justiça, em várias partes do país. O marido de Francine, sócio do brechó, também é citado em causas judiciais. Só no Reclame Aqui, plataforma online para consumidores, são quase 200 citações.
Vítima pede justiça
Lázaro Felipe falou à reportagem do Fantástico que teve um prejuízo de mais de 100 mil reais. Ele pegava itens de luxo com pessoas em Salvador, Bahia, e repassava para venda por meio do Desapego Legal. A expectativa era de receber uma comissão de 10%.
Em 2024, ele afirmou que os pagamentos do brechó pararam de vez, e procurou meios de honrar os compromissos com as clientes. Ele chegou a vender o próprio carro e até fez um empréstimo de R$ 50 mil com um agiota. “A minha dívida, no início, passou de R$ 250 mil”, afirmou o vendedor.
Para Lázaro e outros clientes, Francine sempre ‘dava desculpas’. Ela falava que tinha problemas com os filhos, ou estava doente, ou até respondia com ironias. Até prestadores de serviços ficaram prejudicados, já que um artesão, que restaurou diversas peças, afirmou que não recebeu pagamento de R$ 10 mil.
O marido de Francine atendeu brevemente o Fantástico e afirmou que a empresa passa por dificuldades financeiras, mas que eles nunca quiseram prejudicar os clientes. Na tarde desta segunda-feira (27), após repercussão do caso, a mulher fez uma transmissão ao vivo pelo Instagram e disse que está ‘constrangida’ com a atenção. Ela afirmou que o brechó passa por problemas financeiros e que “trabalha para resolver”, além de afirmar que “toda história tem dois lados”.
Fonte: O Tempo