O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chamou de “anômala” a taxa de juros praticada atualmente no Brasil. Em entrevista nesta segunda-feira (3) a um portal de notícias, Haddad foi questionado sobre como ele vê o papel do Banco Central na economia brasileira, e segundo o ministro, é “fora de propósito” a atual taxa de juro real, em relação à inflação.

“Então você tem um mundo onde você tem uma taxa de inflação menor que EUA e Europa, só que nós estamos com a taxa de juros maior do planeta, a taxa de juros real. Então olha o paradoxo que nós estamos vivendo. É uma situação completamente anômala, uma inflação comparativamente baixa, e uma taxa de juros real fora de propósito para uma economia que já vem desacelerando, só não diz isso aquele que quer mal informar a população, ela já vinha se desacelerando”, disse Haddad.

Em seguida, Haddad foi perguntado sobre a relação do atual ministro com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Para Haddad, o aumento nos gastos públicos no último ano de governo promoveu o aumento dos juros no Brasil.

“Eles sabem disso, eles fazem isso o dia todo, mas o problema é que não entendo porque isso não vem a luz com a clareza que deveria, o custo que a farra eleitoral produziu. Nós tivemos uma farra eleitoral um presidente fadado ao fracasso, desesperadamente buscou sua reeleição. E produziu uma expansão do gasto, das isenções, que veio acompanhado de um brutal aumento da taxa de juros, que saiu de 2%, para 13,75%.”, completou o ministro.

Ainda durante a entrevista, Haddad afirmou que irá apresentar um plano de voo do ministério para o presidente Lula, com metas a curto, médio e longo prazo. Por fim, o ministro disse que pretende, no fim de abril, enviar ao Congresso a nova proposta de arcabouço fiscal e a reforma tributária.

Fonte: CNN Brasil

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