O índice de miséria é um indicador resultante da soma da taxa de inflação com a de desemprego.

Esse índice piorou no Brasil em 2022, justamente no ano de eleições para presidente, com desgaste político do governo e favorecimento da oposição.

Esse quadro, de altas taxas de inflação e de desemprego, sempre foi uma preocupação para os governantes e, não conseguindo melhorá-lo, é o seu maior flagelo.

A inflação causa a perda do poder aquisitivo. O desemprego gera a perda de renda e desestimula as pessoas empregadas em pedir melhores condições salariais.

A grande disparada dos preços, tornando os produtos fora da realidade de compra da maioria da população, sem o correspondente aumento da renda, causa desassossego e inquietação. Isso ameaça, contesta e causa a perda da popularidade dos governantes, em diversas ocasiões, como quando a dona de casa vai às compras e paga cada vez mais para levar cada vez menos para casa, quando as pessoas percebem o encarecimento dos materiais de construção e tem de adiar a realização do sonho da casa própria,  quando o dono de veículo percebe ter de rodar com ele cada vez menos devido a subida dos preços dos combustíveis, quando a família passa a ficar vigilante com o uso dos aparelhos elétricos devido ao alto preço da energia elétrica, etc.

Esse cenário é agravado pela atuação do Banco Central reajustando as taxas de juros para evitar uma hiperinflação e também retornando a inflação para as metas, com desestímulo para o investimento, estímulo para o entesouramento e incremento do desemprego.

Essa conjuntura de miserabilidade (altas taxas de inflação, de juros e de desemprego) mostra a importância dos governantes se empenharem para combater as causas, como evitar altas taxas de inflação.

Esse contexto é o ideal para a oposição fustigar o governo com críticas pontuais, mostrando as dificuldades do povo e ligando-as à incompetência do governo. Acuado, o governo tenta desesperadamente melhorar as condições do povo, mas somente consegue quebrar as vigas mestras da economia, como o equilíbrio fiscal, monetário e a confiança da população no governo.

Governar não é fácil, exige a convivência com uma oposição inquietante e com parceiros nem sempre confiáveis. É preferível ouvir atentamente as críticas dos opositores e tomar as medidas corretivas necessárias, do que ouvir os bajuladores, pois eles apoiam toda ação governamental, inclusive as incorretas, levando o governo ao caos.

Os governantes devem trabalhar para melhorar os índices de miséria, controlando a inflação e gerando empregos consistentes, além de ouvir a população, inclusive os opositores, para atingir os objetivos da sociedade de gerar maior riqueza do povo. Nesse sentido, a proximidade das eleições é o momento ideal para o debate de propostas para a melhoria do quadro social e econômico nacional.

Euler Antônio Vespúcio – advogado tributarista

 

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