Após cair 1,01% em agosto (dado já revisado), a economia brasileira registrou leve avanço em setembro. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) do mês, avaliado como uma prévia do PIB oficial compilado pelo IBGE, teve leve alta de 0,15% ante agosto, com ajuste sazonal, informou a instituição. Ainda que positiva, essa alta não é suficiente para reverter o quadro de recessão.

A economia brasileira encolheu 0,78% no terceiro trimestre deste ano nas contas do Banco Central. Foi o sétimo trimestre seguido de queda do IBC-Br. Os dados reforçam a análise de economistas de que só a retomada da confiança após o impeachment não foi suficiente para a recuperação do país. Um crescimento bem mais lento no ano que vem já é esperado. Nos últimos 12 meses, o IBC-Br mostra uma queda de 5,23%.

O otimismo do brasileiro foi capaz de influenciar os dados mais recentes, que vieram melhores, como a alta de 0,15% em setembro. Mostra um possível início de recuperação, mas está longe de significar uma retomada.

“Não recupera nem o mês anterior, que teve queda de 1%. Não dá para pegar esse número positivo na margem como tendência. É justo dizer que a atividade econômica está testando o fundo do poço”, frisou a economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif. Ela acredita que foram prematuras as análises de euforia com o impeachment.

IBGE revisa 2014 para cima

O IBGE revisou nessa quinta-feira (17) o desempenho da economia brasileira entre 2010 e 2014. Com isso, a variação do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014, que tinha sido 0,1%, passou para 0,5%. Em 2015, a retração do PIB chegou a 3,8%. Para este ano, o mercado prevê nova recessão, mas de 3,37%.

Com a revisão do IBGE, o PIB de 2014 somou R$ 5,779 trilhões. Já o PIB per capita (R$ 28.498) registrou queda de 0,4% em relação a 2013 – a terceira desde 2000. Os outros recuos neste indicador ocorreram em 2003 (-0,2%) e 2009 (-1,2%).

O que mudou nos dados do IBGE

A revisão da economia em 2014 foi influenciada por:

Melhora nos resultados do consumo das famílias, que tinha sido de 1,3% e passou para 2,3%;
Alta dos serviços, que era de 0,4%, subiu para 1%;
O desempenho da indústria piorou. A queda foi de 1,5%, mais intensa que a variação de 0,9% que tinha sido divulgada;
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, o investimento) pela ótica da demanda, foi revista de 4,5% para 4,2%.

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