Usando apenas o computador, a estudante da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Mariana Milena Prado de Sá, observou um asteroide que ainda não havia sido catalogado e teve o trabalho reconhecido pela Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos (Nasa).

Mariana, de 19 anos, faz parte do programa Caça-Asteroides, uma iniciativa da Nasa em parceria com a União Internacional de Pesquisa Astronômica (Iasc, na sigla em inglês).

Segundo ela, os participantes recebem imagens captadas por um telescópio no Havaí para poderem analisá-las.

“A gente recebe pacotes com quatro imagens cada e analisa várias várias vezes. Um software que a gente usa ele faz uma espécie de ‘gif’ com essas imagens, e nós temos que observar algum corpo que se movimente quatro vezes em trajetória retilínea”, afirmou Mariana.

Logo no primeiro pacote estudado, um corpo celeste chamou a atenção dela. Mariana enviou a imagem para a Nasa e, meses depois, veio a surpresa: era um asteroide que ainda não havia sido observado.

“Foi um momento de muita felicidade, porque eu me senti realmente contribuindo com a ciência”.

Imagens analisadas pelos participantes do programa Caça-Asteroides. Foto: Mariana Milena/Arquivo pessoal

“Às vezes, a gente acha que nossa ciência é uma coisa restrita, que está com os cientistas naquelas salas fechadas, só aquele pessoal que tem doutorado. Mas não, existem várias formas de a gente contribuir com a ciência, às vezes até em casa com o computador, do jeito que eu fiz”, complementou.

Após a descoberta, Mariana recebeu um certificado da Nasa por ter participado da campanha. Ela e outros pesquisadores também receberam uma medalha do Ministério da Ciência e Tecnologia.

“Cresci em meio aos corredores e a biblioteca da escola que minha mãe trabalha. Minha mãe é professora de ciências, formada em Biologia. Então, a ciência sempre foi uma coisa muito natural pra mim”, lembrou.

Foto: Mariana Milena/Arquivo pessoal

Hoje, ela concilia os estudos de Engenharia Mecânica com a paixão pela astronomia e um perfil nas redes sociais em que compartilha novidades científicas. Inspirada e apoiada pela mãe, ela contou também que pretende batizar o novo asteroide com o nome dela: Walkiria.

“Ela sempre me apoia em todas as minhas ideias, todos os meus sonhos. Ela sempre fala: ‘Mariana, vai!’ E eu vou!”, finalizou.

Fonte: G1

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