Uma cantora gospel usou as redes sociais, nessa quinta-feira (14), para denunciar que foi vítima de racismo ao ter o cabelo black power revistado, no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. Luciane Dom estava prestes a pegar um voo para São Paulo quando foi abordada por uma funcionária. A cantora usou as redes sociais para desabafar sobre o ocorrido.

Chego no aeroporto Santos Dumont e sou parada por uma ‘revista aleatória’, minutos antes de embarcar. A mulher me diz ‘tenho que olhar seu cabelo’. Eu olho pra ela aterrorizada com a violência desse ato. Ela chama o superior. Meu dia acabou“, denuncia.

Luciane lamentou que pessoas pretas tenham que passar por essa situação:

As coisas nunca são suaves para pessoas como eu. Queria ao menos ter ânimo e cabeça pra continuar divulgando o som e falando o que eu estava falando durante a semana, queria estar leve! Mas não”, afirmou.

 

Infraero nega racismo

Em nota divulgada nas redes sociais, A Infraero afirmou que analisou câmeras de segurança e negou que o cabelo de Luciane tenha sido revistado. Após o posicionamento da empresa, Luciane apagou a denúncia das redes sociais.

A cantora Luciane Dom foi selecionada aleatoriamente para uma inspeção manual. Após averiguação interna, foi constatado por imagens de câmeras de segurança que não houve uma inspeção nos cabelos“, diz nota.

A Infraero também explicou porque as imagens não foram divulgadas.

De acordo com a Instrução Suplementar IS 107.001), da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), as gravações feitas por essas câmeras de segurança só podem ser compartilhadas com a Polícia Federal, mediante solicitação de representantes do órgão” diz.

A empresa também explicou como são feitas as inspeções manuais.

Um dos procedimentos previstos para garantir a segurança do passageiro e demais usuários, a realização de inspeção de segurança aleatória é prevista na Resolução ANAC nº 515, de 8 de maio de 2019. Destaca-se que os pórticos detectores de metais do aeroporto têm a capacidade de gerar alarmes aleatórios, com acionamento de forma automática ou sob ação do passageiro, para fins de controle de execução da inspeção aleatória. Importante ressaltar que a inspeção de segurança aleatória é independente de origem, raça, sexo, idade, profissão, cargo, orientação sexual, orientação religiosa ou qualquer outra característica do passageiro”.

 

Fonte: O Tempo

 

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