Deitar-se à noite, em silêncio, e começar a escutar nitidamente o som do próprio coração pode ser uma experiência inquietante. Para algumas pessoas, esse som parece amplificado, como se o coração estivesse pulsando dentro da cabeça ou vibrando no travesseiro. Isso é normal ou um sinal de alerta?

A resposta varia. Na maioria dos casos, ouvir o batimento cardíaco ao deitar não representa nenhum risco à saúde. Mas também pode ser um sintoma de condições que merecem avaliação médica, principalmente quando vem acompanhado de outros sinais como tontura, dor no peito ou dificuldade para dormir.

Por que escutamos o batimento cardíaco ao deitar

Quando nos deitamos, principalmente de lado, há uma redistribuição do fluxo sanguíneo no corpo, o que pode intensificar a percepção dos batimentos cardíacos. O silêncio do ambiente e o contato da cabeça com o travesseiro, que transmite vibrações, também contribuem para amplificar esse som.

Além disso, deitar-se em determinadas posições pode comprimir vasos ou modificar o retorno venoso, o que aumenta a percepção do próprio pulso, especialmente em pessoas mais sensíveis ou ansiosas.

Quando é normal escutar o coração bater?

É considerado normal escutar os batimentos cardíacos ao deitar quando:

  • o som é leve e desaparece ao mudar de posição;
  • não há dor no peito, falta de ar ou palpitações frequentes;
  • o fenômeno acontece ocasionalmente, sem interferir no sono;
  • a frequência cardíaca está dentro do esperado (entre 60 e 100 bpm em repouso).

Esse tipo de percepção costuma ser mais comum em pessoas magras, com estrutura corporal em que os batimentos são sentidos mais facilmente, ou em momentos de cansaço, estresse ou após atividades físicas intensas.

Quando pode ser sinal de alerta

Apesar de muitas vezes inofensiva, a percepção dos batimentos cardíacos pode estar ligada a condições médicas que exigem investigação. Algumas possibilidades incluem:

  • Hipertensão arterial: pode aumentar a força do pulso, tornando-o mais perceptível;
  • Anemia: faz o coração trabalhar mais para levar oxigênio ao corpo, acelerando os batimentos;
  • Distúrbios de ansiedade: aumentam a consciência corporal e a sensibilidade aos sinais internos;
  • Tinnitus pulsátil: tipo de zumbido no ouvido que acompanha os batimentos do coração;
  • Problemas cardíacos: como arritmias ou sopros, podem causar alterações no ritmo percebido.

Nesses casos, o som pode ser mais forte, contínuo e vir acompanhado de outros sintomas como dor no peito, falta de ar, suor frio ou tontura. Qualquer mudança no padrão deve ser levada a sério.

5 sintomas que indicam que é o momento de procurar um médico

Se escutar o batimento cardíaco ao deitar se tornar frequente, incômodo ou vier acompanhado de qualquer um dos sintomas abaixo, é recomendável procurar atendimento médico:

  • dor no peito;
  • falta de ar ou cansaço excessivo;
  • palpitações rápidas ou irregulares;
  • tontura ou desmaios;
  • dificuldade persistente para dormir por causa do som.

Um clínico geral pode iniciar a investigação com exames básicos como eletrocardiograma, hemograma e aferição da pressão arterial. Dependendo dos resultados, você poderá ser encaminhado a um cardiologista ou otorrino.

Como reduzir a percepção dos batimentos

  • Para quem sofre com a percepção intensa dos batimentos ao deitar, algumas atitudes podem ajudar:
  • experimente dormir de costas ou do lado oposto ao que causa a sensação;
  • use travesseiros mais firmes ou de menor altura;
  • evite cafeína, álcool e exercícios intensos antes de dormir;
  • mantenha o ambiente com algum ruído branco ou música suave para “disfarçar” o som;
  • pratique técnicas de respiração e relaxamento para reduzir a ansiedade.

 

Fonte: Ana Leitão-Estado de Minas

 

 

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