A crise política no Nepal atingiu um novo patamar de violência nesta semana, com a morte brutal de Rajyalaxmi Chtrakar, esposa do ex-primeiro-ministro do país. Ela foi queimada viva após manifestantes incendiarem a residência da família em Katmandu, segundo a imprensa local. O episódio ocorreu em meio a uma série de protestos desencadeados pela decisão do governo de proibir o uso de redes sociais no país.

Os protestos no Nepal têm sido marcados por atos extremos contra símbolos do poder público. A morte de Chtrakar é um dos episódios mais chocantes da atual onda de manifestações. De acordo com o portal local Khabar Hub, a violência teve início após o governo anunciar o banimento das redes sociais, medida que gerou forte reação popular.

Além da residência da família do ex-primeiro-ministro, outros ataques violentos também foram registrados. Manifestantes chegaram a incendiar o Parlamento, resultando na morte de ao menos 19 pessoas e deixando mais de 100 feridos. Jovens foram apontados como os principais responsáveis pelos atos.

A escalada da crise levou a uma resposta direta do governo. Nesta terça-feira (9), o então primeiro-ministro do Nepal, K.P. Sharma Oli, de 73 anos, renunciou ao cargo. Em carta divulgada à imprensa, Oli anunciou também a suspensão da proibição das redes sociais. Ele estava em seu quarto mandato como primeiro-ministro, tendo assumido o posto em julho do ano passado. Antes de sua renúncia, dois ministros de seu gabinete deixaram os cargos alegando “motivos morais” para a decisão.

A renúncia de Oli e a suspensão do banimento das redes sociais representam um desfecho imediato para a atual crise, mas o país ainda enfrenta um clima de instabilidade e luto. A morte de Rajyalaxmi Chtrakar e os inúmeros feridos nos protestos refletem o grau de tensão e insatisfação da população. Resta saber se as medidas adotadas pelo governo serão suficientes para conter a violência e restaurar a ordem no Nepal.

Vídeo: Reprodução X

Fonte: O Tempo

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