Será julgada na tarde desta quinta-feira (1º), em Belo Horizonte, a falsa enfermeira acusada de aplicar vacinas ilegais contra a covid-19 em políticos e empresários do ramo do transporte coletivo da capital mineira. O juiz Rodrigo Heleno Chaves autorizou que a ré, Cláudia Mônica Pinheiro, participe da audiência por meio de videoconferência, devido a alegações da defesa de que ela está com estado de saúde físico e psiquiátrico debilitado.
A audiência vai ocorrer na 4ª Vara de Tóxicos, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores de BH. Pelo menos seis réus serão interrogados, e 24 testemunhas ouvidas. Se não for possível ouvir todos hoje, é possível que outras audiências sejam agendadas.
O caso
As investigações começaram após uma reportagem da revista Piauí, publicada em 24 de março de 2021, ter revelado, por meio de vídeos, a vacinação clandestina de empresários e políticos dentro de uma das garagens de uma empresa de transporte.
Após investigações da Polícia Federal (PF), a mulher acusada de aplicar vacinas contra a covid-19 em empresários e políticos de Belo Horizonte foi presa e encaminhada à penitenciária Estevão Pinto, na capital mineira. Ela poderá cumprir até 15 anos de reclusão, se condenada, por suspeita de importação ilegal, desvio das doses ou falsificação.
Agentes cumpriram dois mandados de busca e apreensão na casa da suposta enfermeira e do filho, além de em uma clínica de BH. A dupla é suspeita de comercializar e aplicar imunizantes de origem ilícita em uma garagem de ônibus de um dos maiores conglomerados de transporte de Minas.
Entre o material apreendido com os suspeitos estão cartões de vacinação com indicação da aplicação das doses do imunizante com o nome da Pfizer, seringas e caixas térmicas com as vacinas. Os objetos foram encaminhados à perícia para identificação da substância. Empresários admitiram a aquisição dos medicamentos de procedência ilícita e que o valor cobrado por duas aplicações foi de R$ 600.
Ainda de acordo com a PF, a mulher, uma cuidadora de idosos que se passava por enfermeira, tem passagem por furto e também teria comercializado vacinas ilegais para outras pessoas, além dos investigados na operação Camarote.
Fonte: Hoje em Dia